Afinal filhos de milionários também sabem cantar, não se resignam à prepotência do seu título. Já foi Lizzy Grant, abreviado de Elizabeth, andou entre advogados e entendidos na matéria a definir o melhor nome para o seu estilo. A aparência presa nas décadas de 40 e 50, esta semelhança a Lana Turner inspirou-lhe em conjunto com Ford Del Rey o nascer deste burburinho cibernético que é o seu fenómeno. Lana Del Rey. Sobressai-lhe a voz quente, intensa que emerge nas letras depressivas de amores não correspondidos.
Uma boa maneira de acabar o ano, a enterrar os ditos merecidos.Com um pouco de yayo...
Uma boa maneira de acabar o ano, a enterrar os ditos merecidos.Com um pouco de yayo...
Que tudo acaba, todos sabemos. Que o fim é trágico, fechado, saudosista, também o sabemos. A forma como o encerramos, é à toda para uns, meticulosamente estudado para outros.
Roupa interior azul, doze passas na mão, as castanhas não as pretas, preto é sinal de agoiros, pé direito no chão, pata de coelho numa das mãos, na esquerda de preferência porque é a do coração. Cabeça erguida, peito cheio de ar em casa repleta de ambiente amigável. Energias positivas, vela branca acesa, notas na outra mão, uma de quinhentos, a minha geração.
O meu fim está conforme nas escrituras. Composto por superstições impróprias para ateus, que ainda assim persistem na sua tradição. Não os tenho seguido com a credibilidade requerida para os feitos do ano, daí que não aconteçam. Prefiro manter-me isenta de opiniões alheias e conceitos abstratos. Este ano que somado dá quatro, a numerologia diz que "11:11 significa a ativação de um novo começo". E o que não é o final se não mais do que um começo. Com ou sem passas.
Roupa interior azul, doze passas na mão, as castanhas não as pretas, preto é sinal de agoiros, pé direito no chão, pata de coelho numa das mãos, na esquerda de preferência porque é a do coração. Cabeça erguida, peito cheio de ar em casa repleta de ambiente amigável. Energias positivas, vela branca acesa, notas na outra mão, uma de quinhentos, a minha geração.
O meu fim está conforme nas escrituras. Composto por superstições impróprias para ateus, que ainda assim persistem na sua tradição. Não os tenho seguido com a credibilidade requerida para os feitos do ano, daí que não aconteçam. Prefiro manter-me isenta de opiniões alheias e conceitos abstratos. Este ano que somado dá quatro, a numerologia diz que "11:11 significa a ativação de um novo começo". E o que não é o final se não mais do que um começo. Com ou sem passas.
Correm rumores que um bebé, aquela espécie de gente em miniatura, tentou asfixiar Barack Obama quando este o pegava ao colo. A criança ergue a sua mão em direcção à face do Presidente e tenta deliberadamente cortar toda e qualquer entrada de ar.
A imagem abaixo ilustra o sucedido. Vê-se Obama em pleno sofrimento.
A imagem abaixo ilustra o sucedido. Vê-se Obama em pleno sofrimento.
Peguei na ideia e quis fazer igual, escrever anonimamente em lugares de passagem, mensagens de amor para os que ainda acreditam. E com isto, uma flor.
Ficaram as palavras presas à carta que não viajou, a nenhum lado chegou. Quisera eu espalhar a mensagem mas o José, de Vila Nova de Famalicão, chegou primeiro. Vai fazer um ano que dedica as suas palavras aos estranhos. Bem conheço a sensação, isto de redigir no mural de um blogue é exactamente o mesmo. Um lugar de palavras, de passagem. Entram e saem, levam o que quiserem. Não tenho uma flor para dar, apenas cartas de amor para partilhar.
Do seu crime, componho as minhas palavras: a paixão é Internet, o amor é blogue.
Sinal de alarme.
Ficaram as palavras presas à carta que não viajou, a nenhum lado chegou. Quisera eu espalhar a mensagem mas o José, de Vila Nova de Famalicão, chegou primeiro. Vai fazer um ano que dedica as suas palavras aos estranhos. Bem conheço a sensação, isto de redigir no mural de um blogue é exactamente o mesmo. Um lugar de palavras, de passagem. Entram e saem, levam o que quiserem. Não tenho uma flor para dar, apenas cartas de amor para partilhar.
Do seu crime, componho as minhas palavras: a paixão é Internet, o amor é blogue.
Sinal de alarme.
Pitchfork: Christy once told me that she immediately knew "Skinny Love" was about her when you first sang it to her. It took you a while to mention people like Christy-- and especially your ex Sara Emma Jensen-- in public. What made you able to talk about it?
JV: I'm not afraid to talk about it, but how do you guarantee it's accurate? To say that "Skinny Love" is about Christy would not be entirely accurate. We dated and she's an incredibly important person that I lived with for a long time, but it's about that time in a relationship that I was going through; you're in a relationship because you need help, but that's not necessarily why you should be in a relationship. And that's skinny. It doesn't have weight. Skinny love doesn't have a chance because it's not nourished.
Toda a entrevista aqui.
Um dia tive um amor. Um desses, dos grandes, que nos arrebata, consome e destrói à medida que perde existência. Absorvi todo esse amor, intensamente, como se não houvesse amanhã. Entreguei-me e deliciei-me nos seus contornos. Contive-me, vivi-o em segredo para o depois explorar com o mundo. Não houve condenação, apenas uma empatia imediata. Crucifiquei-me por não querer há mais tempo partilhar este amor, escancará-lo a toda a gente, espetá-lo na cara dos mais egoístas e fazer prevalecer uma exclamação envaidecida - é meu! Seguiram-se os aplausos, a angústia e a alegria de quem me via passar sorridente.
Porque grandes amores serão sempre motivo de vitória e discórdia. Espoleta em todos sentimentos desenhados com negligência, ninguém fica indiferente às conquistas alheias. Por inveja, vontade, desejo. Todos queremos sentir este poder incomensurável, que alcança sem rasto, como um pingo de neve que tonteia ao sabor do vento, o imaginário de cada um.
Um dia, esse amor dos grandes, corrompeu-me a alma e quis ganhar vida longe do inesperado coração. Quis controlá-lo, prendê-lo, debatê-lo, mas depressa percebi que a liberdade da minha expressão teria muito mais para dar. Transformei esta vaga ideia das palavras num desejo concretizado de aprender a escrever. E ainda hoje, tenho tanto para dizer. ♥
Porque grandes amores serão sempre motivo de vitória e discórdia. Espoleta em todos sentimentos desenhados com negligência, ninguém fica indiferente às conquistas alheias. Por inveja, vontade, desejo. Todos queremos sentir este poder incomensurável, que alcança sem rasto, como um pingo de neve que tonteia ao sabor do vento, o imaginário de cada um.
Um dia, esse amor dos grandes, corrompeu-me a alma e quis ganhar vida longe do inesperado coração. Quis controlá-lo, prendê-lo, debatê-lo, mas depressa percebi que a liberdade da minha expressão teria muito mais para dar. Transformei esta vaga ideia das palavras num desejo concretizado de aprender a escrever. E ainda hoje, tenho tanto para dizer. ♥
Desde miúda que gosto de filmes de acção, de filmes com heróis. Gosto dos vilões e da forma como no final são sempre derrubados. Apaixono-me em particular pela personagem misteriosa, de vida dupla, bonzinho, sofredor no seu mundo que ninguém compreende e não pode partilhar, e cujos poderes aumentam à medida do volume da música.
Esta ideia recorrente da psicanálise, das mulheres serem salvas por terceiros, vem de longe. Querermos ser salvas. Não se percebe bem do quê, mas de facto, fascina a muitas, um herói que rompa pelo cenário adentro, capa voadora e espada em punho, e pimba. Estamos safas.
Mas na verdade isto não acontece. Caímos e levantamo-nos sozinhas. Mas ainda bem que depois surgem filmes como este, com grandes actores, para nos fazerem sonhar...
Esta ideia recorrente da psicanálise, das mulheres serem salvas por terceiros, vem de longe. Querermos ser salvas. Não se percebe bem do quê, mas de facto, fascina a muitas, um herói que rompa pelo cenário adentro, capa voadora e espada em punho, e pimba. Estamos safas.
Mas na verdade isto não acontece. Caímos e levantamo-nos sozinhas. Mas ainda bem que depois surgem filmes como este, com grandes actores, para nos fazerem sonhar...
Em 2012 faço 28.
Em 2012 vou estar novamente desempregada.
Em 2012 vou ter um projecto editorial com uma grande amiga.
Em 2012 faço uma tatuagem.
Em 2012 vou continuar solteira para o desgosto da minha mãe.
Em 2012 vou ganhar.
Em 2012 vou perder.
Em 2012 graças ao PT do ginásio vou passar a ter mais anos de vida.
Em 2012 vou falar com estranhos.
Em 2012 vou viajar sozinha.
Em 2012 vou rir.
Em 2012 vou cantar.
Em 2012 vou fazer um documentário.
Em 2012 vou abrir uma padaria.
Em 2012 o mundo não vai acabar.
Em 2012 vamos passar fome.
Em 2012 vamos roubar porque os políticos também roubam e nada lhes acontece.
Em 2012 vamos fazer aquilo que sempre fizemos.
Em 2012 vou doar.
Em 2012 vou aos Jogos Olímpicos.
Em 2012 vou dizer sim.
Em 2012 vou estar novamente desempregada.
Em 2012 vou ter um projecto editorial com uma grande amiga.
Em 2012 faço uma tatuagem.
Em 2012 vou continuar solteira para o desgosto da minha mãe.
Em 2012 vou ganhar.
Em 2012 vou perder.
Em 2012 graças ao PT do ginásio vou passar a ter mais anos de vida.
Em 2012 vou falar com estranhos.
Em 2012 vou viajar sozinha.
Em 2012 vou rir.
Em 2012 vou cantar.
Em 2012 vou fazer um documentário.
Em 2012 vou abrir uma padaria.
Em 2012 o mundo não vai acabar.
Em 2012 vamos passar fome.
Em 2012 vamos roubar porque os políticos também roubam e nada lhes acontece.
Em 2012 vamos fazer aquilo que sempre fizemos.
Em 2012 vou doar.
Em 2012 vou aos Jogos Olímpicos.
Em 2012 vou dizer sim.
Ainda que seja criticado, ainda que seja fraco, ainda que não tenha diálogos, ainda que seja exagerado, ainda que tenha - como dissera antes a densidade de Ryan - ainda assim tem a melhor banda sonora dos últimos tempos.
Já tenho as luvas.
Só me faltam as músicas.
Olá Irina. ou Mekiê Shayk...
como tens passado?
Vi-te há uns dias numa revista, ias com o vestido rasgado.
Ou dirias antes que se trata de um efeito,
sagrado.
Seja como for quero-te agradecer porque faz um ano que te via em palhas deitada pelas ruas da cidade e ao colocar, invejosamente, as tuas imagens no meu espaço de divagação, as visitas não param.
Desejo te quilos a mais neste natal.
Beijinhos querida.
como tens passado?
Vi-te há uns dias numa revista, ias com o vestido rasgado.
Ou dirias antes que se trata de um efeito,
sagrado.
Seja como for quero-te agradecer porque faz um ano que te via em palhas deitada pelas ruas da cidade e ao colocar, invejosamente, as tuas imagens no meu espaço de divagação, as visitas não param.
Desejo te quilos a mais neste natal.
Beijinhos querida.
E ao Piero também.
A falta de produtividade nunca deve ter sido uma questão para a Disney. Saltam talentos como pipocas. Ainda que as cordas vocais não se tenham estendido, Ryan Gosling, escapou à histeria da adolescência excessiva como a de Justin Timberlake ou Britney Spears, para se revelar na sua densidade.
Confesso ter visto mais do que uma vez The Notebook, simplesmente pelo seu desempenho. A meu ver a escolha das suas personagens tem sido madura e cautelosa, conferindo sempre um lado intenso, obscuro e sincero. Foi assim que o vi em Blue Valentine, um filme nu sobre as possibilidades reais do amor, um contra-peso a Notebook, lamechas e Nicholas Spark como adjectivo. Mas na verdade, ouvi-lo cantar com essa mesma densidade foi algo que me escapou até me deparar com as comparações a Nick Cave ou Tom Waits.
A morbidez da sonoridade bem como as palavras que compõe toda a panóplia musical dele e do seu amigo de infância, remete-me a pensamento dignos de Virgens Suicidas. Dead Man's Bones. ♥
Confesso ter visto mais do que uma vez The Notebook, simplesmente pelo seu desempenho. A meu ver a escolha das suas personagens tem sido madura e cautelosa, conferindo sempre um lado intenso, obscuro e sincero. Foi assim que o vi em Blue Valentine, um filme nu sobre as possibilidades reais do amor, um contra-peso a Notebook, lamechas e Nicholas Spark como adjectivo. Mas na verdade, ouvi-lo cantar com essa mesma densidade foi algo que me escapou até me deparar com as comparações a Nick Cave ou Tom Waits.
A morbidez da sonoridade bem como as palavras que compõe toda a panóplia musical dele e do seu amigo de infância, remete-me a pensamento dignos de Virgens Suicidas. Dead Man's Bones. ♥
Não te teria desafiado. Porque quem pergunta o que não deve, ouve o que não quer. Imbui o nosso espírito de concertos espirais, inconstante nas suas regras matemáticas, simplesmente para sermos dois corpos mortos presentes. Adormecemos deitados nas palhas apagadas por um amor mórbido, que nunca cresceu nem quis volver. Num gesto icónico, passas a mão pelo cabelo. Impeles-me um movimento de robótica, giro a cabeça e sorrio de soslaio. Porque se eu soubesse o que sei hoje, teria ignorado a tua presença. Tinha penetrado em caminhos abismais para me afastar do que queima o cérebro e desfaz a alma. Arranjaria a coragem para ver com olhos de ver, em vez de desfrutar deliberadamente de uma cegueira branca.
Agora que já sei, reparto destinos de saídas.
Agora que já sei, reparto destinos de saídas.
Chocolatier. nhamiii |
A Tandy morreu. Nem me lembro da última vez que lhe fiz uma festinha, ou me deitei em cima dela por achar que era o meu enorme e vivo peluche. Pachorrenta e mimada. Não era minha, era dos meus tios. Fazia parte da casa.. Sem mais nem menos, foi-se.
Há céu para cães? Certamente que haverá, e certamente que a Tandy foi para lá. Só porque é mais reconfortante pensar assim.
Freesurf. Maria Abecassis. E já que o dia está tão feio, a praia reina nos meus grãos de areia cerebrais.
Ricardo Bravo. Surf Portugal. |
Minjae Lee, artista sul coreana, expressa os seus distúrbios de forma tão criativa que ninguém fica indiferente perante a sua obra. O poder das cores, o justo contra ponto de beleza, inocência e fragilidade das pinceladas, transformam os sentimentos profundos numa tela falante e movimentada. Eu bem digo que a criatividade e a arte andam de mãos dadas à terapia...
Dou por mim rodeada de pessoas a arfar. Já tinha dito isto aqui, mas tinha definido como suspiro. Às tantas é mais intenso e fustigante do que o suspiro. Só pode ser. Mas que arfam, arfam. Porque o fazem tanto neste escritório? Será contagioso?
Amanhã venho de máscara.
Amanhã venho de máscara.
O corrupio de pessoas foi-se abaixo. Pensava que tinha visto mais, bem mais, pelo menos na sexta-feira éramos mais que muitos. Talvez tenhamos ficado concentrados no Tivoli, a deprimir com Dead Combo enquanto aguardávamos por James Blake. Oh Land foi o que faltou, isso mesmo, um pouco mais de land para cabermos todos ali naquela sala onde se desgarrava uma voz inconfundível. No metro os Doismileoito mereciam um pouco mais de curiosos, ainda assim, juntos balançámos o corpo para lhes aquecer a alma.
E desta não me faltou o passeio no autocarro da Carris, ao som de Os Velhos. Tudo ao rubro. De lamentar a falta de chá de um público culto e de meninos mimados, que não sabem o que é um concerto e fazem prevalecer conversas de café e trocas de mensagens.
Ainda assim, nota positiva para o Vodafone Mexefest.
Para o ano, apesar das crises, certamente que haverá mais.
E desta não me faltou o passeio no autocarro da Carris, ao som de Os Velhos. Tudo ao rubro. De lamentar a falta de chá de um público culto e de meninos mimados, que não sabem o que é um concerto e fazem prevalecer conversas de café e trocas de mensagens.
Ainda assim, nota positiva para o Vodafone Mexefest.
Para o ano, apesar das crises, certamente que haverá mais.
Faltam as luzes. A Câmara de Lisboa não fez essa despesa e a avenida está despida, apagada. Excepto pelo formigueiro que sobe e desce entre Teatro Tivoli e Casa do Alentejo, Maxim e outros pedaços de cultura presentes. Por toda a parte ecoam vozes, concertos frenéticos, um chão que estremece com as bandas subterrâneas. PAUS aceleram as linhas do metro estagnadas pela enchente, enquanto A banda mais bonita da cidade contagia com boas vibrações o público, receptivo neste primeiro concerto em Portugal, pejado de humildade. Por outro lado, há transferências espaciais na assinatura de Junior Boys, por momentos aterramos no ambiente do Lux, convite directo à dança oscilante dos mais atrevidos. Nem um pouco de salero fica em falta com Bebe LaBellota a apregoar ao público mexilhão no entiendo un coño. Apanha-se a constante boleia das fanfarras que percorrem a avenida, ânimo ressuscitado nesta velha alma alfacinha.
E se há crise neste país, só as notícias o vendem. Os queridos pais continuam a alimentar vãs esperanças aos filhos que nesta vida tudo se consegue à primeira sem esforço. Poucos os que pagam pelo bilhete próprio, ou então, serei apenas eu com o peso da idade nas pernas.
E se há crise neste país, só as notícias o vendem. Os queridos pais continuam a alimentar vãs esperanças aos filhos que nesta vida tudo se consegue à primeira sem esforço. Poucos os que pagam pelo bilhete próprio, ou então, serei apenas eu com o peso da idade nas pernas.
A cena indie pop rock entra de rompante pela avenida. Prevejo uma noite de liberdade inquietante, entre sons comprometedores, fait-divers a brotarem de notas musicais, novas paixões e a quebra de outras. Provavelmente amanhã terei mais para dizer. O meu primeiro e único festival do ano. Vodafone Mexefest. Bons sapatos me calçam.
Sapiosexual - alguém que se atrai pela inteligência de outrem.
Vendo a informação: sei onde paira Anthony Bourdain.
O pior é que sei mesmo. Mas deve ser como os segredos de justiça... Alguém acaba sempre por saber.
O pior é que sei mesmo. Mas deve ser como os segredos de justiça... Alguém acaba sempre por saber.
Morder o isco? Será que mordo o isco? E qual o isco que vou morder? Sinto-me um peixe a rodopiar aquele pedacinho de isco, ali mesmo ao meu alcance. A água até pode estar turva, mas vejo bem o pequeno isco saltitante, naquele fino engenho que me vai espetar e agarrar. Depois de morder o isco, sou levada.
Fazer morder o isco não é tarefa fácil. Comprovei hoje, a propósito de trabalho. Depois ainda me apercebi de mais, é que esta área da comunicação é só fazer morder o isco para sair na página de jornal ou sítio de Internet. Uma avalanche, um desenrolar de interesse que se perpetua pelo mundo fora. Agora complicado é fazer morder o isco. Ainda que o oceano seja imenso, há iscos com fartura. Por que hão-de morder o meu?
Tão mais divertido quando sou jornalista. É só morder, sem estratégias.
Salvem o meu espírito.
Fomos seis em campo, três das quais estiveram no banco e uma jogou contra duas. A minoria venceu e as bifanas estavam mesmo boas. Ao gritar golo furei o chão com os saltos, as lagartas engoliram em seco e continuamos a conversa sobre naperons e bebés.
Percorrem-me as notas numa profunda sonolência. Sinto o corpo a cair ao de leve por cima do feno seco colhido pelo caseiro. Lá ao fundo, as nuvens dançantes. Oiço os cânticos índigos, vozes suaves que saltitam entre pequenas personagens florestais. Levanto-me e pego nas folhas secas, as outras racham à minha ténue passagem. Fragmentam-se e entregam-se de volta à mãe natureza.
Puxa-me a mão e guia-me. Diz-me para me deixar ir pelo rio abaixo, por essa água que contorna os vazios das pedras frias e cinzentas, submersas. Vou atrás, de sorriso tímido. Os peixes reluzem, até demais. O meu corpo vagueia pelo mundo, desprendido de emoções negras, apenas um estado líquido de felicidade. A culpa é dele, só pode ser dele. Porque me faz ver fadas e duendes, castelos.
Puxa-me a mão e guia-me. Diz-me para me deixar ir pelo rio abaixo, por essa água que contorna os vazios das pedras frias e cinzentas, submersas. Vou atrás, de sorriso tímido. Os peixes reluzem, até demais. O meu corpo vagueia pelo mundo, desprendido de emoções negras, apenas um estado líquido de felicidade. A culpa é dele, só pode ser dele. Porque me faz ver fadas e duendes, castelos.
O que está mais do que visto: a moda das galochas ou o direito à greve?
Faz 20 anos, amanhã. Tinha acabado de me mudar para Portugal e pela primeira vez apercebi-me da sigla SIDA. Estava no carro, e oiço a notícia de que Freddie Mercury tinha falecido, aos 45 vítima de SIDA. Por essa altura, automaticamente, e durante anos, associava a doença aos homossexuais. Era uma doença que se transmitia entre homens, sangue, sexo, gillettes, escovas de dentes e que matava. Dois anos mais tarde, Tom Hanks, interpreta de forma soberba o papel de um homossexual despedido por ter contraído o vírus. A partir daí, consciencializei-me. Percebi que é uma doença além etnias ou géneros.
Freddie Mercury perguntou quem quer viver para sempre. Não sei se ele quis, mas ficou para a história. Outra forma de viver, eternamente.
Freddie Mercury perguntou quem quer viver para sempre. Não sei se ele quis, mas ficou para a história. Outra forma de viver, eternamente.
suspirar - Conjugar
v. intr. v. tr.
1. Lamentar-se gemendo.
2. Dar suspiros.
3. [Figurado] Soprar brandamente, murmurar.
4. Exprimir por meio de suspiros.
5. Dizer suspirando.
6. Desejar, ter saudades de.
suspirar por: desejar, ambicionar.
Estar enamorado de.
Intrigante a quantidade de vezes que se suspira neste escritório. Acto ou efeito de trabalhar?
Que grito de dor. Vejo partes, em toda a parte. Pedaços, fragmentos em cada estranho que passa por mim. Choro agoniada, grito e chamo mas não te tornas, não olhas, não és tu. Para onde vou, com quem me cruzo, nunca és tu. Vejo-te alegre pelo corredor da minha casa. Tens o Tomás ao colo, não te abandona por um segundo. Saio para a rua, para ver se esqueço, se arejo as ideias, mas nada resulta. Vejo-te nos rostos dos outros, nos olhares perdidos no metro, a descer as escadas rolantes. A tua roupa está nos estranhos. A tua voz na memória. Oiço-te à distância. O tempo cura, só saudade é que não passa.
Vilipendiadar.
Sempre tive muita energia, não sou dada a preguiças. Não durmo horas desnecessárias nem tão pouco me enterro tardes inteiras num sofá a ver filmes rotativos na nossa televisão nacional. Eis que tive a brilhante ideia, depois de muita argumentação interina pois iria hoje usar saltos, de me enfiar numa aula intitulada MIL, treino militar. Mesmo. Recruta? Não é para mim, agora responder às perguntas da Sábado como aos jovens universitários do nosso país, já é mais a minha praia. Se fosse obrigatória a tropa, acredito que ninguém se esquecia das lições.
Apesar do cansaço evidente que se apodera do meu pequeno corpo, sinto-me tão bem após esta aula de mochila e armas às costas, com cerca de 6kg, a saltar lagos, a correr, a agachar, a fazer flexões, a malhar ainda mais por causa dos erros e atrasos dos outros. Oh mundo injusto.
Tenho fome, bom almoço.
Apesar do cansaço evidente que se apodera do meu pequeno corpo, sinto-me tão bem após esta aula de mochila e armas às costas, com cerca de 6kg, a saltar lagos, a correr, a agachar, a fazer flexões, a malhar ainda mais por causa dos erros e atrasos dos outros. Oh mundo injusto.
Tenho fome, bom almoço.
Como eu gosto destas campanhas. Sem comentários.
Olá senhores do turismo de Marrocos.
Como estão?
Tenho visto os vossos cartazes publicitários, e fiquei intrigada: se vos visitar consigo dar de caras com a presente espécie?
Como estão?
Tenho visto os vossos cartazes publicitários, e fiquei intrigada: se vos visitar consigo dar de caras com a presente espécie?
É que na minha terra encontra-se em vias de extinção. Gostava de ainda, nesta vida se possível, de ter um exemplar.
Qualquer novidade, estou inteiramente à disposição para ir recolher o produto. Caso este também já tenha desaparecido, há uma outra espécie, que gosta de escavações e antiguidades, que facilmente pode ser recrutado para a minha vida.
Atenciosamente,
SM
Correm rumores que somos um país de infelizes. Não de tristes, mas infelizes. Dizem ainda que a Dinamarca é o país europeu que proporciona maior felicidade diária. A Coca-Cola criou o Instituto da Felicidade. Ora, se esse instituto for na Dinamarca é para lá que vou viver. Porque eu quero é ser feliz... É que já não se aguenta este marasmo da crise.
Passar a tarde enfiada num spa de água, enquanto o mundo desaba lá fora.
Só passei aqui para dizer olá. Tenho saudades de dizer olá. Aqui ninguém me diz olá. É triste.
E eu até que sou toda dada aos olás, aqui ninguém me diz. Acho que vou começar a dizer olá à velhota ali ao pé da passadeira perto da casota dos CTT. Saudades do senhor do olá a quem todos diziam adeus.
E eu até que sou toda dada aos olás, aqui ninguém me diz. Acho que vou começar a dizer olá à velhota ali ao pé da passadeira perto da casota dos CTT. Saudades do senhor do olá a quem todos diziam adeus.
Trabalhar longe de casa é uma odisseia. O meu dia-a-dia tem de ser uma aventura. Quando calço as minhas botas e ponho o meu faro Tintim a funcionar, estou sempre atenta a um novo desenrolar.
E mal saio de casa, a aventura estende-se aos meus pés, ou à linha de comboio se preferirem. E à linha do metro. E à linha que não chega a parte alguma. Como eu gosto de correr contra o tempo e perder tempo para chegar tão longe de casa. Ao fim do dia, repetem-se os esquemas. Uma emoção, mas o Tintim acabava sempre por resolver o drama. Eu só indo a pé para a Expo.
E mal saio de casa, a aventura estende-se aos meus pés, ou à linha de comboio se preferirem. E à linha do metro. E à linha que não chega a parte alguma. Como eu gosto de correr contra o tempo e perder tempo para chegar tão longe de casa. Ao fim do dia, repetem-se os esquemas. Uma emoção, mas o Tintim acabava sempre por resolver o drama. Eu só indo a pé para a Expo.
Finalmente o Ronaldo tem o par das botas de ouro. Já as pode calçar...
Nunca fui muito boa em discussões. Nem em memórias. Tenho um chip interino ao qual faço com regularidade limpeza de bastidores. É por isso que nunca me dou por vencida ou vencedora, é mais fácil passar por cima, ignorar. Provavelmente a pessoa com quem mais discuti até hoje foi com a minha irmã: rouba-me roupa do armário, e o meu armário tem um sistema de arrumação, integrado no meu cérebro, noutro chip. Ela tem a mania de pegar nas minhas coisas sem apitar... E o chip dá sinais de vida. Dá tantos sinais que me liga à lixeira de bastidores e faz-me recordas as merdas com que já me pintaram. De todas cores, e o negro por cima. A mancha negra sobressai como o buraco do ozono em noite de inverno. Aquele filho da mãe teve coragem de me trair? Que murro no estômago, arre que me arrancam pedaços de carne viva. Eu dar-lhe-ei uma chapada de luva branca.
Está negra, manchada, tingida. Não sai, não limpa. Merda de nódoa, merda de pessoas que traem. Tiram sem avisar, põem e dispõem nas costas como se nada fosse, gente sem alma, sem pingo de nada, réstia de nada. Vou dar com a luva branca, vai ficar mancha, encardida. E a ele, nem assim, lhe dói. Filho da mãe.
Tenho de arranjar um chip desses para mim.
Está negra, manchada, tingida. Não sai, não limpa. Merda de nódoa, merda de pessoas que traem. Tiram sem avisar, põem e dispõem nas costas como se nada fosse, gente sem alma, sem pingo de nada, réstia de nada. Vou dar com a luva branca, vai ficar mancha, encardida. E a ele, nem assim, lhe dói. Filho da mãe.
Tenho de arranjar um chip desses para mim.
Ela diz que está gira, se bem que gira não é um termo aplicável à arte. Esta é refutável, mutável, impensável, irresponsável, vazia, cheia, inteira, intensa, imensa, taciturna, condensada, pesada, amada, amarga. Ainda assim, ela diz que a fotografia está gira. Gira uma ova. Mas não criem ódios à arte só porque é bonita, não focada. Aguardo por pareceres mais eruditos perante a imagem que se segue, tirada a um sábado à noite aquando indagava horrorizada pela falta de pessoas interessantes no mercado português. Ou talvez a Bica não seja lugar a explorar.
Ah, a modos que fiz um corte ao nariz e ao resto da face por não querer ferir susceptibilidades ao aparentar sofrer de bócio ou algo semelhante. À Kit Kat só lhe peço que aprenda a tirar fotografias antes de aprender a brincar aos iPhones.
Ah, a modos que fiz um corte ao nariz e ao resto da face por não querer ferir susceptibilidades ao aparentar sofrer de bócio ou algo semelhante. À Kit Kat só lhe peço que aprenda a tirar fotografias antes de aprender a brincar aos iPhones.
Começar nunca é fácil. Fazemos sempre um esforço extra para agradar, conquistar. À tua volta um mundo de estranhos. Não lhes conheces os hábitos, as tendências, as doenças virais, nada de nada. Olhares distantes, sonos monocórdicos do teclado, a batalha de todos os dias. E depois, vácuo. Nada para fazer. Espremes o Outlook, enviar/receber, enviar/receber e nada acontece. Vagueias pelos sítios, lês blogues, vais à conta bancária. Até aí, estás a zeros. Ou à nora... Começar nunca é fácil.
Depois disso, a frase cliché «mas temos de começar por algum lado». Eu começo por não dançar.
Depois disso, a frase cliché «mas temos de começar por algum lado». Eu começo por não dançar.
A casa estava sempre cheia. Inúmeros presentes em volta de um pinheiro verde bem escuro, talvez escurecido pela tristeza da ocasião, contrastando com as luzes intermitentes que corrupiavam cada ramo. E nós, as pequenas. Sempre fui a mais nova. Para todos os casos e em todos os casos, era eu, o benjamim. Não repararam, não me viram crescer. Calada, remetida a um canto, ouvindo o sussurrar de vozes que me contavam histórias, fantasias. À margem do óbvio, tornei-me mulher.
A casa começa a estar vazia. As árvores, pinheiros, que por aqui passaram já tiveram diferentes cores e efeitos. Por baixo delas, os presentes não existem. Sento-me na mesa dos adultos. Estás mais magra, dizem. Levanto-me, sorrio. Com os olhos. Não reparam. Digo até logo e marginalizo-me pela noite. Mesmo sem música, faço melodia com o meu passar. Em coro, dizem: nossa senhora! Volto a sorrir com os olhos, e dou por mim a criar estatísticas pelo aumento substancial de religiosos no país. Tenho vontade de lhes dizer, oremos. Mas a vulgaridade da mente remete para outros caminhos.
A casa começa a estar vazia. As árvores, pinheiros, que por aqui passaram já tiveram diferentes cores e efeitos. Por baixo delas, os presentes não existem. Sento-me na mesa dos adultos. Estás mais magra, dizem. Levanto-me, sorrio. Com os olhos. Não reparam. Digo até logo e marginalizo-me pela noite. Mesmo sem música, faço melodia com o meu passar. Em coro, dizem: nossa senhora! Volto a sorrir com os olhos, e dou por mim a criar estatísticas pelo aumento substancial de religiosos no país. Tenho vontade de lhes dizer, oremos. Mas a vulgaridade da mente remete para outros caminhos.
Sabiam que os telemóveis podem ter lanternas? Eu não sabia. Mas agora já sei, tal como a senhora brasileira ali no Mabuba que não sabia como colocar um quarto de chiffon de chocolate numa caixa, talvez fossem quatro fatias, disse a senhora. Ela não sabia um quarto. Mas agora já sabe. Como uma lanterna, fez-se luz.
por Pablo Neruda
*para todas as Kit Kats, Laranjas e irmãs da minha vida
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os «is» em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorriso dos bocejos
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio
esplêndido de felicidade.
*para todas as Kit Kats, Laranjas e irmãs da minha vida
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os «is» em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorriso dos bocejos
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio
esplêndido de felicidade.
Só para dizer que estou bem de saúde, pouco ralada com o futuro do país.
Daqui a uns meses, alguns meses, «emigripiro-me»!
Daqui a uns meses, alguns meses, «emigripiro-me»!
Há pessoas, aborrecidas por natureza, que se entendem neste mundo definido por regras.Logo, só podem ser aborrecidas. Estão-me a tornar numa pessoa aborrecida, que passa mais do que oito horas a limitar o cérebro nas infinitas possibilidades do universo. Fechada numa sala, de ar condicionado imposto, com os olhos cronometrados ao ecrã, sujeita a naufragar a impulsividade. Porque sinto o ar e dia lá fora, vejo-o por uma janela e a minha alma a abandonar o meu corpo, não foi para isto que o invadiu à partida, sinto a vida que posso ter e não conquisto. E a minha alma vai, atira-se do nono andar, flutua por ali fora e chega a uma quinta e aprende a tocar na terra, a entranhar esta vida pelas mãos, a absorver o mundo e conhecer. De seguida, a alma chega a uma praia, ainda virgem, tem a areia branca, demasiado branca, reluz ao sol. Queima os pés enquanto se atira à água com um fato de mergulho sofisticado e depois escamas, guelras, voa pelo mar adentro.
Por que não largar tudo e ir?
Por que não largar tudo e ir?
Quando tenho reuniões agendadas.
Por culpa do Achtung Baby, fiquei a conhecê-lo. Era uma tarde de inverno, daquelas com chuva e tristeza. Andava a marinar o meu sofrimento, proveniente de uma fase negra, e tocou-me no cerne da questão. Saía assim, de mim, um amor magro, anoréctico, diabético. Não sei há quanto tempo o bom inverno já se passeava pelo mundo da música, só sei que todo aquele álbum era para mim. Entendi o seu refugio por entre árvores para poder absorver intensamente aquilo que nos come vivos por dentro. Vejo e revejo-me em tudo o que canta.
Mas depois, Justin Vernon, democratizou-se. Tornou-se para todos. Séries de televisão, as rádios, páginas de internet... E agora querem-no numa coisa intitulada de Vodafone Mexefest.
Não gosto nada de ver o meu coração exposto assim... Contundo, só vou se bon iver vier.
Mas depois, Justin Vernon, democratizou-se. Tornou-se para todos. Séries de televisão, as rádios, páginas de internet... E agora querem-no numa coisa intitulada de Vodafone Mexefest.
Não gosto nada de ver o meu coração exposto assim... Contundo, só vou se bon iver vier.
As folhas, ao fim de um tempo, amarelavam com a falta de calor. Da terra provinham as lágrimas do céu, regavam. O chão, lamacento, fazia as galochas sair do armário. Chamava-se Outono. Castanho, envelhecido. Até se tornar frio e no resistente Inverno. A este só faltva a neve.
Agora falta tudo isto porque a culpa é do homem que estraga a natureza, perfura o buraco do ozono, não se interessa, depois queixa-se. Que tudo muda, nada é igual.
Já o outro dizia, nada se perde, tudo se transforma.
Eu não queria o meu Outono transformado em Verão prolongado. Tudo tem o seu tempo. Ou tinha.
Agora falta tudo isto porque a culpa é do homem que estraga a natureza, perfura o buraco do ozono, não se interessa, depois queixa-se. Que tudo muda, nada é igual.
Já o outro dizia, nada se perde, tudo se transforma.
Eu não queria o meu Outono transformado em Verão prolongado. Tudo tem o seu tempo. Ou tinha.
1. The most enduring innovations marry art and science – Steve has always pointed out that the biggest difference between Apple and all the other computer (and post-PC) companies through history is that Apple always tried to marry art and science. Jobs pointed out the original team working on the Mac had backgrounds in anthropology, art, history, and poetry. That’s always been important in making Apple’s products stand out. It’s the difference between the iPad and every other tablet computer that came before it or since. It is the look and feel of a product. It is its soul. But it is such a difficult thing for computer scientists or engineers to see that importance, so any company must have a leader that sees that importance.
2. To create the future, you can’t do it through focus groups – There is a school of thought in management theory that — if you’re in the consumer-facing space building products and services — you’ve got to listen to your customer. Steve Jobs was one of the first businessmen to say that was a waste of time. The customers today don’t always know what they want, especially if it’s something they’ve never seen, heard, or touched before. When it became clear that Apple would come out with a tablet, many were skeptical. When people heard the name (iPad), it was a joke in the Twitter-sphere for a day. But when people held one, and used it, it became a ‘must have.’ They didn’t know how they’d previously lived without one. It became the fastest growing Apple product in its history. Jobs (and the Apple team) trusted himself more than others. Picasso and great artists have done that for centuries. Jobs was the first in business.
3. Never fear failure – Jobs was fired by the successor he picked. It was one of the most public embarrassments of the last 30 years in business. Yet, he didn’t become a venture capitalist never to be heard from again. He didn’t start a production company and do a lot of lunches. He picked himself up and got back to work following his passion. Eight years ago, he was diagnosed with pancreatic cancer and told he only had a few weeks to live. As Samuel Johnson said, there’s nothing like your impending death to focus the mind. From Jobs’ 2005 Stanford commencement speech:
“No one wants to die. Even people who want to go to heaven don’t want to die to get there. And yet death is the destination we all share. No one has ever escaped it. And that is as it should be, because Death is very likely the single best invention of Life. It is Life’s change agent. It clears out the old to make way for the new. Right now the new is you, but someday not too long from now, you will gradually become the old and be cleared away. Sorry to be so dramatic, but it is quite true.
Your time is limited, so don’t waste it living someone else’s life. Don’t be trapped by dogma — which is living with the results of other people’s thinking. Don’t let the noise of others’ opinions drown out your own inner voice. And most important, have the courage to follow your heart and intuition. They somehow already know what you truly want to become. Everything else is secondary.
4. You can’t connect the dots forward – only backward – This is another gem from the 2005 Stanford speech. The idea behind the concept is that, as much as we try to plan our lives ahead in advance, there’s always something that’s completely unpredictable about life. What seems like bitter anguish and defeat in the moment — getting dumped by a girlfriend, not getting that job at McKinsey, “wasting” 4 years of your life on a start-up that didn’t pan out as you wanted — can turn out to sow the seeds of your unimaginable success years from now. You can’t be too attached to how you think your life is supposed to work out and instead trust that all the dots will be connected in the future. This is all part of the plan.
“Again, you can’t connect the dots looking forward; you can only connect them looking backwards. So you have to trust that the dots will somehow connect in your future. You have to trust in something — your gut, destiny, life, karma, whatever. This approach has never let me down, and it has made all the difference in my life.
5. Listen to that voice in the back of your head that tells you if you’re on the right track or not – Most of us don’t hear a voice inside our heads. We’ve simply decided that we’re going to work in finance or be a doctor because that’s what our parents told us we should do or because we wanted to make a lot of money. When we consciously or unconsciously make that decision, we snuff out that little voice in our head. From then on, most of us put it on automatic pilot. We mail it in. You have met these people. They’re nice people. But they’re not changing the world. Jobs has always been a restless soul. A man in a hurry. A man with a plan. His plan isn’t for everyone. It was his plan. He wanted to build computers. Some people have a voice that tells them to fight for democracy. Some have one that tells them to become an expert in miniature spoons. When Jobs first saw an example of a Graphical User Interface — a GUI — he knew this was the future of computing and that he had to create it. That became the Macintosh. Whatever your voice is telling you, you would be smart to listen to it. Even if it tells you to quit your job, or move to China, or leave your partner.
6. Expect a lot from yourself and others – We have heard stories of Steve Jobs yelling or dressing down staff. He’s a control freak, we’ve heard – a perfectionist. The bottom line is that he is in touch with his passion and that little voice in the back of his head. He gives a damn. He wants the best from himself and everyone who works for him. If they don’t give a damn, he doesn’t want them around. And yet — he keeps attracting amazing talent around him. Why? Because talent gives a damn too. There’s a saying: if you’re a “B” player, you’ll hire “C” players below you because you don’t want them to look smarter than you. If you’re an “A” player, you’ll hire “A+” players below you, because you want the best result.
7. Don’t care about being right. Care about succeeding – Jobs used this line in an interview after he was fired by Apple. If you have to steal others’ great ideas to make yours better, do it. You can’t be married to your vision of how a product is going to work out, such that you forget about current reality. When the Apple III came out, it was hot and warped its motherboard even though Jobs had insisted it would be quiet and sleek. If Jobs had stuck with Lisa, Apple would have never developed the Mac.
8. Find the most talented people to surround yourself with – There is a misconception that Apple is Steve Jobs. Everyone else in the company is a faceless minion working to please the all-seeing and all-knowing Jobs. In reality, Jobs has surrounded himself with talent: Phil Schiller, Jony Ive, Peter Oppenheimer, Tim Cook, the former head of stores Ron Johnson. These are all super-talented people who don’t get the credit they deserve. The fact that Apple’s stock price has been so strong since Jobs left as CEO is a credit to the strength of the team. Jobs has hired bad managerial talent before. John Sculley ended up firing Jobs and — according to Jobs — almost killing the company. Give credit to Jobs for learning from this mistake and realizing that he can’t do anything without great talent around him.
9. Stay hungry, stay foolish - Again from the end of Jobs’ memorable Stanford speech:
“When I was young, there was an amazing publication called The Whole Earth Catalog, which was one of the bibles of my generation. It was created by a fellow named Stewart Brand not far from here in Menlo Park, and he brought it to life with his poetic touch. This was in the late 1960′s, before personal computers and desktop publishing, so it was all made with typewriters, scissors, and polaroid cameras. It was sort of like Google in paperback form, 35 years before Google came along: it was idealistic, and overflowing with neat tools and great notions.
Stewart and his team put out several issues of The Whole Earth Catalog, and then when it had run its course, they put out a final issue. It was the mid-1970s, and I was your age. On the back cover of their final issue was a photograph of an early morning country road, the kind you might find yourself hitchhiking on if you were so adventurous. Beneath it were the words: “Stay Hungry. Stay Foolish.” It was their farewell message as they signed off. Stay Hungry. Stay Foolish. And I have always wished that for myself. And now, as you graduate to begin anew, I wish that for you.
Stay Hungry. Stay Foolish.
10. Anything is possible through hard work, determination, and a sense of vision – Although he’s the greatest CEO ever and the father of the modern computer, at the end of the day, Steve Jobs is just a guy. He’s a husband, a father, a friend — like you and me. We can be just as special as he is — if we learn his lessons and start applying them in our lives. When Jobs returned to Apple in the 1990s, it was was weeks away from bankruptcy. It’s now the biggest company in the world. Anything’s possible in life if you continue to follow the simple lessons laid out above.
May you change the world.
2. To create the future, you can’t do it through focus groups – There is a school of thought in management theory that — if you’re in the consumer-facing space building products and services — you’ve got to listen to your customer. Steve Jobs was one of the first businessmen to say that was a waste of time. The customers today don’t always know what they want, especially if it’s something they’ve never seen, heard, or touched before. When it became clear that Apple would come out with a tablet, many were skeptical. When people heard the name (iPad), it was a joke in the Twitter-sphere for a day. But when people held one, and used it, it became a ‘must have.’ They didn’t know how they’d previously lived without one. It became the fastest growing Apple product in its history. Jobs (and the Apple team) trusted himself more than others. Picasso and great artists have done that for centuries. Jobs was the first in business.
3. Never fear failure – Jobs was fired by the successor he picked. It was one of the most public embarrassments of the last 30 years in business. Yet, he didn’t become a venture capitalist never to be heard from again. He didn’t start a production company and do a lot of lunches. He picked himself up and got back to work following his passion. Eight years ago, he was diagnosed with pancreatic cancer and told he only had a few weeks to live. As Samuel Johnson said, there’s nothing like your impending death to focus the mind. From Jobs’ 2005 Stanford commencement speech:
“No one wants to die. Even people who want to go to heaven don’t want to die to get there. And yet death is the destination we all share. No one has ever escaped it. And that is as it should be, because Death is very likely the single best invention of Life. It is Life’s change agent. It clears out the old to make way for the new. Right now the new is you, but someday not too long from now, you will gradually become the old and be cleared away. Sorry to be so dramatic, but it is quite true.
Your time is limited, so don’t waste it living someone else’s life. Don’t be trapped by dogma — which is living with the results of other people’s thinking. Don’t let the noise of others’ opinions drown out your own inner voice. And most important, have the courage to follow your heart and intuition. They somehow already know what you truly want to become. Everything else is secondary.
4. You can’t connect the dots forward – only backward – This is another gem from the 2005 Stanford speech. The idea behind the concept is that, as much as we try to plan our lives ahead in advance, there’s always something that’s completely unpredictable about life. What seems like bitter anguish and defeat in the moment — getting dumped by a girlfriend, not getting that job at McKinsey, “wasting” 4 years of your life on a start-up that didn’t pan out as you wanted — can turn out to sow the seeds of your unimaginable success years from now. You can’t be too attached to how you think your life is supposed to work out and instead trust that all the dots will be connected in the future. This is all part of the plan.
“Again, you can’t connect the dots looking forward; you can only connect them looking backwards. So you have to trust that the dots will somehow connect in your future. You have to trust in something — your gut, destiny, life, karma, whatever. This approach has never let me down, and it has made all the difference in my life.
5. Listen to that voice in the back of your head that tells you if you’re on the right track or not – Most of us don’t hear a voice inside our heads. We’ve simply decided that we’re going to work in finance or be a doctor because that’s what our parents told us we should do or because we wanted to make a lot of money. When we consciously or unconsciously make that decision, we snuff out that little voice in our head. From then on, most of us put it on automatic pilot. We mail it in. You have met these people. They’re nice people. But they’re not changing the world. Jobs has always been a restless soul. A man in a hurry. A man with a plan. His plan isn’t for everyone. It was his plan. He wanted to build computers. Some people have a voice that tells them to fight for democracy. Some have one that tells them to become an expert in miniature spoons. When Jobs first saw an example of a Graphical User Interface — a GUI — he knew this was the future of computing and that he had to create it. That became the Macintosh. Whatever your voice is telling you, you would be smart to listen to it. Even if it tells you to quit your job, or move to China, or leave your partner.
6. Expect a lot from yourself and others – We have heard stories of Steve Jobs yelling or dressing down staff. He’s a control freak, we’ve heard – a perfectionist. The bottom line is that he is in touch with his passion and that little voice in the back of his head. He gives a damn. He wants the best from himself and everyone who works for him. If they don’t give a damn, he doesn’t want them around. And yet — he keeps attracting amazing talent around him. Why? Because talent gives a damn too. There’s a saying: if you’re a “B” player, you’ll hire “C” players below you because you don’t want them to look smarter than you. If you’re an “A” player, you’ll hire “A+” players below you, because you want the best result.
7. Don’t care about being right. Care about succeeding – Jobs used this line in an interview after he was fired by Apple. If you have to steal others’ great ideas to make yours better, do it. You can’t be married to your vision of how a product is going to work out, such that you forget about current reality. When the Apple III came out, it was hot and warped its motherboard even though Jobs had insisted it would be quiet and sleek. If Jobs had stuck with Lisa, Apple would have never developed the Mac.
8. Find the most talented people to surround yourself with – There is a misconception that Apple is Steve Jobs. Everyone else in the company is a faceless minion working to please the all-seeing and all-knowing Jobs. In reality, Jobs has surrounded himself with talent: Phil Schiller, Jony Ive, Peter Oppenheimer, Tim Cook, the former head of stores Ron Johnson. These are all super-talented people who don’t get the credit they deserve. The fact that Apple’s stock price has been so strong since Jobs left as CEO is a credit to the strength of the team. Jobs has hired bad managerial talent before. John Sculley ended up firing Jobs and — according to Jobs — almost killing the company. Give credit to Jobs for learning from this mistake and realizing that he can’t do anything without great talent around him.
9. Stay hungry, stay foolish - Again from the end of Jobs’ memorable Stanford speech:
“When I was young, there was an amazing publication called The Whole Earth Catalog, which was one of the bibles of my generation. It was created by a fellow named Stewart Brand not far from here in Menlo Park, and he brought it to life with his poetic touch. This was in the late 1960′s, before personal computers and desktop publishing, so it was all made with typewriters, scissors, and polaroid cameras. It was sort of like Google in paperback form, 35 years before Google came along: it was idealistic, and overflowing with neat tools and great notions.
Stewart and his team put out several issues of The Whole Earth Catalog, and then when it had run its course, they put out a final issue. It was the mid-1970s, and I was your age. On the back cover of their final issue was a photograph of an early morning country road, the kind you might find yourself hitchhiking on if you were so adventurous. Beneath it were the words: “Stay Hungry. Stay Foolish.” It was their farewell message as they signed off. Stay Hungry. Stay Foolish. And I have always wished that for myself. And now, as you graduate to begin anew, I wish that for you.
Stay Hungry. Stay Foolish.
10. Anything is possible through hard work, determination, and a sense of vision – Although he’s the greatest CEO ever and the father of the modern computer, at the end of the day, Steve Jobs is just a guy. He’s a husband, a father, a friend — like you and me. We can be just as special as he is — if we learn his lessons and start applying them in our lives. When Jobs returned to Apple in the 1990s, it was was weeks away from bankruptcy. It’s now the biggest company in the world. Anything’s possible in life if you continue to follow the simple lessons laid out above.
May you change the world.
por Rui Falcão
«O que se sabe sim, é que com a chegada do Outono, com a diminuição progressiva da temperatura e a redução do número de horas por dia, o chamamento para os encantos do vinho tinto cresce de forma exponencial. Regressam os pratos mais substanciais, a pedir vinhos mais encorpados... tal como regressam os agasalhos, por ora ainda leves, e com eles a tentação de começar a pedir vinhos mais intensos e estruturados, mesmo se os tempos de Inverno e dos vinhos mais corpulentos ainda se afiguram como uma realidade algo distante.
Neste período de transição brilham os tintos mais leves e subtis, estruturados mas não pesados, frutados e alegres, capazes de fazer a ponte entre as duas estações mais estremadas do ano.»
E com isto, apetece-me frio e vinhos.
«O que se sabe sim, é que com a chegada do Outono, com a diminuição progressiva da temperatura e a redução do número de horas por dia, o chamamento para os encantos do vinho tinto cresce de forma exponencial. Regressam os pratos mais substanciais, a pedir vinhos mais encorpados... tal como regressam os agasalhos, por ora ainda leves, e com eles a tentação de começar a pedir vinhos mais intensos e estruturados, mesmo se os tempos de Inverno e dos vinhos mais corpulentos ainda se afiguram como uma realidade algo distante.
Neste período de transição brilham os tintos mais leves e subtis, estruturados mas não pesados, frutados e alegres, capazes de fazer a ponte entre as duas estações mais estremadas do ano.»
E com isto, apetece-me frio e vinhos.
Vou ser a posta à prova com o mercado financeiro. Água benta, crucifixos, alhos, patas de coelho, ferraduras de cavalos, tipo, peço por essas coisas todas para abençoarem a minha inteligência.
Ou melhor...
H-E-L-P!
Ou melhor...
H-E-L-P!
Demónio. Não sei o que vêem em mim. Devem ser facilmente impressionáveis. Morro de desgosto, agradar com tamanha leveza. A falta de exigência. Rigor. Valor.
Não concebo. Não vou conceber dentro e fora do conceito. Sou vazia, perdida, gasta. Ainda assim. Casados e pensam em mim. Maduros e têm tesão por mim. Que alma velha habita aqui dentro? Quem deseja esta decrépita, caída de amargura, com máscara de oxigénio pendurada ao peito a tentar engordar falsamente o pulmão? Porque cá dentro não habita esse pedaço de carne que vislumbram no sexo. O meu corpo é só corpo enquanto assim o vale. Traços definidos, seios rígidos, estômago soprado pelo vento, ancas balançam. Pernas destemidas.
E falam, falam, pedincham. Atiram-se ao chão. Querem e agarram à força. Nada sinto. A ninguém pertenço. Será que não entendem? Peçam mais. Queiram mais. Traiam-me, deixem-me, enganem-me. Não vos quero, não vos desejo, não vos sinto. Não passam de vermes. Cubram-se com essa terra que vos ergue, enfiem-se nesse cemitério, ponham de fora a roupa, sejam prostitutas.
Livre. Vivo longe. E ainda assim me querem. Os de hoje, os de amanhã, os de ontem.
Não concebo. Não vou conceber dentro e fora do conceito. Sou vazia, perdida, gasta. Ainda assim. Casados e pensam em mim. Maduros e têm tesão por mim. Que alma velha habita aqui dentro? Quem deseja esta decrépita, caída de amargura, com máscara de oxigénio pendurada ao peito a tentar engordar falsamente o pulmão? Porque cá dentro não habita esse pedaço de carne que vislumbram no sexo. O meu corpo é só corpo enquanto assim o vale. Traços definidos, seios rígidos, estômago soprado pelo vento, ancas balançam. Pernas destemidas.
E falam, falam, pedincham. Atiram-se ao chão. Querem e agarram à força. Nada sinto. A ninguém pertenço. Será que não entendem? Peçam mais. Queiram mais. Traiam-me, deixem-me, enganem-me. Não vos quero, não vos desejo, não vos sinto. Não passam de vermes. Cubram-se com essa terra que vos ergue, enfiem-se nesse cemitério, ponham de fora a roupa, sejam prostitutas.
Livre. Vivo longe. E ainda assim me querem. Os de hoje, os de amanhã, os de ontem.
Alguém, no seu perfeito bom senso, será capaz de me dar uma razão inviolável por que um utilizador de telemóvel aquando da escrita de uma mensagem faz curtos intervalos para olhar ao seu redor como se alguém estivesse a roer-se de inveja pelo momento?
E quem disser que não o faz, é cocó.
E quem disser que não o faz, é cocó.
A bem dizer, o que não merece nome próprio não merece atenção. É uma luta irrepreensível no mundo das marcas, de querer fazer prevalecer um nome registado globalmente. E quem dita nomes, dita tendências. Frequentemente somos atropelados por verduras no mercado, como é o caso das Lita. Andam por aí, nos pés de quem as calça. Seu dono é mesmo Jeffrey Campbell, anda nisto - no circuito dos sapatos - há onze anos, de sua terra Los Angeles, e faz o «gosto pelo mesmo» desta temporada. Talvez esta odisseia já se tenha iniciado há mais tempo, contudo só agora somos benzidos (em massa?!) pelo seu sucesso na calçada portuguesa.
As Lita, de seu formato ortopédico, fazem parte desta panóplia de oferta de calçado esquecido nos anos 90. Seja Jeffrey Campbell, JC, em formato Lita ou não, é preciso ter-se guita para adquirir uns sapatos do momento. Garantida está a originalidade e uma linha do horizonte acima da estatura natural. Em média, os saltos rondam os 12 centímetros, conforto dado pelo compensado, e repercute no âmago de suas calçantes, uma superioridade visível.
Tenho para mim que há cursos profissionais para nos ensinar a erguer-nos nas naves espaciais JC... Gosto particularmente destas
que me fazem recordar o Star Wars.
Será que a Padmé tinha uns?
Nesta perspectiva, creio ser capaz de guardar ali uma ou duas espadas...
As Lita, de seu formato ortopédico, fazem parte desta panóplia de oferta de calçado esquecido nos anos 90. Seja Jeffrey Campbell, JC, em formato Lita ou não, é preciso ter-se guita para adquirir uns sapatos do momento. Garantida está a originalidade e uma linha do horizonte acima da estatura natural. Em média, os saltos rondam os 12 centímetros, conforto dado pelo compensado, e repercute no âmago de suas calçantes, uma superioridade visível.
Tenho para mim que há cursos profissionais para nos ensinar a erguer-nos nas naves espaciais JC... Gosto particularmente destas
que me fazem recordar o Star Wars.
Será que a Padmé tinha uns?
Nesta perspectiva, creio ser capaz de guardar ali uma ou duas espadas...
- A beber moscatel a uma terça à noite?
- Álcool não tem data.
- Álcool não tem data.
Há dias que gosto tanto de mim, que acordo abraçada ao espelho.
O registo dos dias não nos deixa enganar. Muda-se sempre, todos os dias. Mudanças subtis e sossegadas, mudanças tumultuosas e que nos tiram o chão. Faz parte. São murros no estômago, sair do confortável, entrar no desconhecido, ter que lidar com tudo isso, não apetece, para a digestão.
Mudo de casa, mudo de ambiente, mudo de trabalho. Só eu não mudo, só porque não tenho estômago. Faz parte.
Mudo de casa, mudo de ambiente, mudo de trabalho. Só eu não mudo, só porque não tenho estômago. Faz parte.
Complaining is silly.
Either act or forget.
Thinking life will be better in the future is stupid.I have to live now.
Being not truthful works against me.
Helping other people helps me.
Organizing a charity group is surprisingly easy.
Everything I do always comes back to me.
Drugs feel great in the beginning and become a drag later on.
Over time I get used to everything and start taking it for granted.
Money does not make me happy.
Traveling alone is helpful for a new perspective on life.
Assuming is stifling.
Keeping a diary supports my personal development.
Trying to look good limits my life.
Worrying solves nothing.
Material luxuries are best enjoyed in small doses.
Having guts always works out for me.
O pianista voltou. Digo sempre que é o pianista porque na minha imaginação faz muito mais sentido que seja um rapaz solitário, que se entrega à música, viva enclausurado no quinto andar por causa da doença da lua, aquela que não deixa apanhar sol, e toque piano. Porque não descobriu a internet e nem gosta de sair a noite, a partir do lusco fusco. Imagino-o triste. Envolto de pautas, coisas desarrumadas.
Há muito tempo que não o ouvia. Pensei que tivesse emigrado para a Islândia ou em último caso, ingressasse na Ordem dos Pregadores, fazia falta um bom pianista por lá, nas missas dominicais.
Hoje voltei-o a ouvir. Eu não percebo nada de notas, a não ser as de euros, que voam, têm vida própria, mas posso dizer que ele perdeu o jeito para a coisa. O talento não, esse fica sempre. É como escrever, há dias em que nada sei escrever. E para ele, hoje foi um desses dias. Aposto que o gato morreu.
Há muito tempo que não o ouvia. Pensei que tivesse emigrado para a Islândia ou em último caso, ingressasse na Ordem dos Pregadores, fazia falta um bom pianista por lá, nas missas dominicais.
Hoje voltei-o a ouvir. Eu não percebo nada de notas, a não ser as de euros, que voam, têm vida própria, mas posso dizer que ele perdeu o jeito para a coisa. O talento não, esse fica sempre. É como escrever, há dias em que nada sei escrever. E para ele, hoje foi um desses dias. Aposto que o gato morreu.
O senhor, de idade para ser meu pai, disse «chamei-a várias vezes, mas não me ouviu. Quero só deixar o cartão do meu amigo, com todo o respeito».
Como de costume, não estou interessada. Por isso quem quiser aproveitar a gentileza, é só dizer. Estou vai-não-vai a por aqui o cartão do senhor António Paulo, arquitecto.
Após um estudo intenso de observação e constatação de factos, a conclusão, genuína, que se extrai do comportamento feminino nas saídas de grupo, é de que as comprometidas ficam sentadas. Assim sendo posso dizer que são aborrecidas e é uma seca não ter amigas solteiras.
aposto que tenho uns quantos fãs a bater com o nariz na porta. vou ter o meu momento infantil agora: hi hi hi!
E eu não disse que em Setembro ia ter a minha oportunidade? Exactamente onde menos esperava. Cool.
Com isto resumo o seguinte, vou mudar de casa. Quem quiser saber do meu paradeiro (porque não abandono o mundo virtual) que me diga, envie mail, sinais de fumo, cachimbos da paz, bips, telegramas, stop. Qualquer coisa.
As Folhas Soltas fazem parte do passado.
Com isto resumo o seguinte, vou mudar de casa. Quem quiser saber do meu paradeiro (porque não abandono o mundo virtual) que me diga, envie mail, sinais de fumo, cachimbos da paz, bips, telegramas, stop. Qualquer coisa.
As Folhas Soltas fazem parte do passado.
A não reinvenção pode ser castigo. Após o sucesso ensurdecedor de You've got the Love por Florence and the Machine, fica aquém da capacidade reinterpretativa da artista. Simples continuidade do trabalho anterior. Talvez tenha faltado tempo para amadurecer as melodias, talvez tenha escapado às aulas de música. Talvez. Ainda assim, Shake it Out é uma lufada de ar fresco quando precisamos de sarar feridas, aumentar os decibéis e libertar as angustias da alma. Afinal, ao fundo do túnel há sempre luz.
Ceremonials. A 31 de Outubro no Reino Unido.
Ceremonials. A 31 de Outubro no Reino Unido.
Eu vinha para aqui, para o mundo dos blogues, falar do que me apetecia. Escrever para o abstracto. Depois, aos bocadinhos, começaram a descobrir o meu blogue e perdeu toda a piada. Porque sabem que é meu e porque escrevo na primeira pessoa acham sempre que é sobre mim. É um aborrecimento estarem-me sempre a perguntar porque disseste aquilo, porque escreveste assim ou assado.
A escrita é como a pintura, apenas para se contemplar.
Mas não. Agora como tenho de justificar tudo o que para aqui digo, cansa-me. E vai-se a vontade divertida de escrever livremente.
O melhor é mudar de casa...
A escrita é como a pintura, apenas para se contemplar.
Mas não. Agora como tenho de justificar tudo o que para aqui digo, cansa-me. E vai-se a vontade divertida de escrever livremente.
O melhor é mudar de casa...
«Good at being bad».
Quanto mais conheço Portugal, mais me apercebo do provincianismo português, da falta de evolução cultural e da separação colossal da capital para o resto das cidades, vilas e aldeias.
O 25 de Abril já não acabou há 37 anos?
O 25 de Abril já não acabou há 37 anos?
Ainda sinto o sopro de verão sobre a minha pele. Passeia-se de norte a sul, desenha no mapa os contornos do corpo. Aproxima-se tímido com a mão, sobre o ombro como protecção. Há qualquer coisa paternal no momento. Sentimos a brisa que a dança dos corpos provoca.
Aos poucos afasta-se, com o olhar, a fixar o horizonte. Percebe a minha liberdade, o momento de partir e sem prazo de voltar. Porque faz o mesmo, porque quer o mesmo, largar o concreto e entregar-se ao puro lirismo dos dias. A brisa leva-nos em direcções opostas. Um dia, talvez, os caminhos se cruzem de novo. Ou pelo menos é bom viver de esperança.
Aos poucos afasta-se, com o olhar, a fixar o horizonte. Percebe a minha liberdade, o momento de partir e sem prazo de voltar. Porque faz o mesmo, porque quer o mesmo, largar o concreto e entregar-se ao puro lirismo dos dias. A brisa leva-nos em direcções opostas. Um dia, talvez, os caminhos se cruzem de novo. Ou pelo menos é bom viver de esperança.
A última vez que voei de avião foi a caminho do Brasil, e tinha no meu ecrã uma pança gigante de um brasileiro que falava para o avião inteiro e fazia questão de me cortar as cenas lamechas do filme estadounidense que estava a passar. Tive pena da barriga do senhor, estava a mais e nem sabia. Até que esganicei um pouco mais a minha voz e ordenei-lhe que se sentasse. E depois fiquei com mais pena ainda porque afinal o senhor brasileiro que tanto falava sobre o prazer da vida não cabia no seu lugar.
Nunca mais peço para se sentarem nos seus devidos lugares. Há vidas felizes. E eu devia aprender a ficar calada.
Nunca mais peço para se sentarem nos seus devidos lugares. Há vidas felizes. E eu devia aprender a ficar calada.
«Fall seven times, stand up eight.»
E eu que o diga... Mas confirmo a descoberta de umas quantas aves-raras.
Rather live out a lie than live wondering
how the fire feels while burning
for life is like a flame
and the ashes for wasting
how the fire feels while burning
for life is like a flame
and the ashes for wasting
Entro no carro. Cheira a novo. Não conheço bem a caixa, sorte a minha estar habituada a movidos a diesel. Também não deve ser assim tanta a diferença, questão de hábito, digo eu. Olho para o conta quilómetros. 13. O número da sorte do meu avó. Bateu botas a uma sexta-feira, 13. Sempre foi a sua escolha e eu sigo-lhe os passos nas certezas da minha vida. Sigo a rota do GPS, diz-me que tenho três horas e dois minutos de estrada. Vou fitá-lo e corto pelo IP3. Mas isto funciona de igual na vida, quando a queremos fitar para desviar encontros e caminhos perversos, acabamos por levar mais tempo. Está em obras, levo o dobro para percorrer os 76km entre Viseu e Coimbra. Desfilo devagar pelo Mondego. Mato saudades, aliás descubro nesse instante que as tenho, talvez desse tempo em que por lá vivi. Via, do outro lado da minha estrada, o Mondego, sempre frio, sempre escuro, sem nunca convidar a mergulhos. Vou fixa nesse mesmo recordado Mondego, saio frequentemente das marcas de estrada, o som irritante da berma transforma-se numa melodia pálida e cinzenta. Nem o verde de Vila Nova de Poiares alegra os vagabundos nas rodas.
Sigo só. Tento sintonizar a rádio, acabo por ceder ao CD que gravei antes de embarcar. Olho, como de hábito a qualquer condutor, para o carro vizinho. Talvez na vulnerabilidade de encontrar um vazio como o meu. Mas vai tudo cheio, carregado de matriculas estrangeiras. Estão só de passagem. Sigo a rota. Levo mais hora e meia que o previsto.
Sigo só. Tento sintonizar a rádio, acabo por ceder ao CD que gravei antes de embarcar. Olho, como de hábito a qualquer condutor, para o carro vizinho. Talvez na vulnerabilidade de encontrar um vazio como o meu. Mas vai tudo cheio, carregado de matriculas estrangeiras. Estão só de passagem. Sigo a rota. Levo mais hora e meia que o previsto.
Primeira tentativa de escrita.
T
e
n
t
a
t
i
va.
E vou mesmo.
T
e
n
t
a
t
i
va.
E vou mesmo.
Uma vez que recebi reclamações pela minha ausência neste espaço, venho apenas dizer-vos que é falta de tempo. Não me abandonem, prometo regressar com boas histórias.
Há coisas que acontecem.
Outras, são pura hipocrisia.
Outras, são pura hipocrisia.
A febre por Harry Potter.
Encontrei há escassos minutos o escritor José Luis Peixoto, que um dia confundi com o Luis Pedro Nunes a quem quis na verdade entregar um CV online numa dessas noites de perdição no Lux, mas acontece que hoje sim, cruzei-me com o escritor e confesso que o reconheci pelas suas inúmeras tatuagens e não fazia puto ideia que tinha criança e esposa (se é que o acompanhavam ou seriam outros clientes do hipermercado) e apercebi-me, c'um caneco nunca li nada dele, minto, li escassas linhas numa revista qualquer, mas enjoou-me nos primeiros instantes de maneiras a que não sou fã de cromos repetidos, logo nunca mais peguei em nada que ele escrevesse, mas o look é totalmente anti-escritor porque eu sou fã de escritores compostos como era o Fernando Pessoa porque davam mais seriedade à escrita, por isso eu acho que ele não deve ser lá grande coisa, gostos são gostos e eu também gosto de mandar postas de pescada sobre quem não conheço e dizer que não gosto.
Gostei das tatuagens.
Gostei das tatuagens.
Porque o Verão acaba em morte lenta... Porque se aproxima uma época de renovação. Porque chegou a minha oportunidade.
Cool!
Cool!
Dizem que os morangos são o fruto da estação. Sumo natural combinado com água russa (o empregado de bar não percebeu a piada, lá tive que puxar pelo meu enferrujado russo e frisar vodka) deu-me precisamente capacidades sobrenaturais, tipo 3D, para assimilar mais um casamento.
Dei por mim sentada numa mesa, vários casais e eu solteira, em pura celebração com prato extra de ameijoas e copo de vinho branco sempre cheio até estatelar um no meu prato, convicta de que é divertido ser solteira e ir a casamentos. Para ver o que é isso de amar alguém, essa coisa de querer viver ao lado de uma cara metade e que por razões inexplicáveis a metade é aquela e mais nenhuma outra, excepto para os praticantes de poligamia, que em termos matemáticos conseguem viver com dois terços, um quarto, por aí fora... Onde é que ia? ah... Dei por mim a constatar que afinal em certos casamentos ir sozinha é chato porque somos cobiçadas pelos poucos solteiros, e uma vez que andamos todos a tirar curso de russo, especializado em sumo de morango, dá em resultados pouco gratificantes, mais precisamente em brutas amnésias e pouco para contar.
Não me lembro de ficar em estado catatónico à custa de morangos. Começo, à distância, a achar que tem outro fruto pelo meio. Provavelmente o contágio de poder acreditar em histórias de Cinderela e outras magricelas da Disney, que os finais são sempre cor-de-rosa, que usar um dia o vestido branco e subir ao altar tem em si a concretização mais profunda de qualquer mulher. Depois fica-se sóbrio, acabam-se os morangos, enfrenta-se a realidade e dois dias depois vê-se o casal recém-abençoado feliz e sorridente.
Eu cá vou à procura de morangos. Fruta da época. Dizem que tem poderes, antioxidantes...
Dei por mim sentada numa mesa, vários casais e eu solteira, em pura celebração com prato extra de ameijoas e copo de vinho branco sempre cheio até estatelar um no meu prato, convicta de que é divertido ser solteira e ir a casamentos. Para ver o que é isso de amar alguém, essa coisa de querer viver ao lado de uma cara metade e que por razões inexplicáveis a metade é aquela e mais nenhuma outra, excepto para os praticantes de poligamia, que em termos matemáticos conseguem viver com dois terços, um quarto, por aí fora... Onde é que ia? ah... Dei por mim a constatar que afinal em certos casamentos ir sozinha é chato porque somos cobiçadas pelos poucos solteiros, e uma vez que andamos todos a tirar curso de russo, especializado em sumo de morango, dá em resultados pouco gratificantes, mais precisamente em brutas amnésias e pouco para contar.
Não me lembro de ficar em estado catatónico à custa de morangos. Começo, à distância, a achar que tem outro fruto pelo meio. Provavelmente o contágio de poder acreditar em histórias de Cinderela e outras magricelas da Disney, que os finais são sempre cor-de-rosa, que usar um dia o vestido branco e subir ao altar tem em si a concretização mais profunda de qualquer mulher. Depois fica-se sóbrio, acabam-se os morangos, enfrenta-se a realidade e dois dias depois vê-se o casal recém-abençoado feliz e sorridente.
Eu cá vou à procura de morangos. Fruta da época. Dizem que tem poderes, antioxidantes...
«O medo é uma cena que a mim não me assiste».
Não sei se a brisa quente que rompia pela janela era mais quente que o seu corpo colado ao meu. Aliás, nós produzimos invariavelmente um microclima anatómico, faíscas, brasas, ardentes entre beijos e o desejo de sempre pertencer. Assim, aquele vento quente, leve, sobrevoava o nosso corpo, desenhava os contornos da nossa composição e enriquecia esse calor, por nós gerado. Por incrível que possa parecer, a cama permanecia sempre à mesma temperatura. Pouco trocamos em palavras. Os gestos foram mais intensos. Invasivos. Ao ponto de serem reais, palpáveis. Pu-los, agora, ali na estante. Como troféus. Dá-me prazer... Contemplar por tempo indeterminado a fugacidade das relações. Tanto são, tanto estão como acabo livre. Esta vontade de ser por inteira, intrínseca aos meus desejos egoístas, sem entrega divina, daquelas cláusulas fantasiosas de amor verdadeiro, fábulas dos tontos contos.
O corpo não arrefece a temperatura. A brisa, atrás do vidro reluzente, aguarda, por uma nova oportunidade de entrada. Diz-se que água mole em pedra dura... A, mim, só cura.
O corpo não arrefece a temperatura. A brisa, atrás do vidro reluzente, aguarda, por uma nova oportunidade de entrada. Diz-se que água mole em pedra dura... A, mim, só cura.
é só para dier que o senho dr me recomendddouu este medicamento, porque caramba doi-me a coluna, de tanto conduzir.
Sirdlaud é um relaxante muscular de acção central, sendo o seu principal local de acção a medula espinhal. Inibe preferencialmente os mecanismos polissinápticos responsáveis pelo tono muscular excessivo, principalmente através da redução da libertação de aminoácidos excitatórios interneuronais. O medicamento não afeta a transmissão neuromuscular. SIRDALUD é bem tolerado e eficaz tanto contra os espasmos musculares dolorosos agudos como contra a espasticidade crónica de origem espinhal e cerebral. Reduz a resistência a movimentos passivos, alivia os espasmos e o clono e melhora a força muscular voluntária.
(nao distingo a esta hora o pt de pt do pt do br. até manhã)
Sirdlaud é um relaxante muscular de acção central, sendo o seu principal local de acção a medula espinhal. Inibe preferencialmente os mecanismos polissinápticos responsáveis pelo tono muscular excessivo, principalmente através da redução da libertação de aminoácidos excitatórios interneuronais. O medicamento não afeta a transmissão neuromuscular. SIRDALUD é bem tolerado e eficaz tanto contra os espasmos musculares dolorosos agudos como contra a espasticidade crónica de origem espinhal e cerebral. Reduz a resistência a movimentos passivos, alivia os espasmos e o clono e melhora a força muscular voluntária.
(nao distingo a esta hora o pt de pt do pt do br. até manhã)
Às vezes, quando não tenho nada para fazer, venho aqui a net, na esperança de quê? De me entreter. E dou por mim profundamente aborrecida, porque aqui não há nada para se fazer. Ora vou ao Facebook, ora venho aqui ao blogue, ora procuro mezinhas para o cabelo crescer, e bolas, que aborrecida que sou, pois esta trampa de tão extensa que é, não me dá nada de útil para fazer.
Com isto, só posso resumir, que a Google é a maior porque disponibiliza o jogo Angry Birds aqui no meu Baby Tosh e pronto, é uma animação pegada atirar com pássaros a coisas como pedras que felizmente caem sobre os sapos malandros que roubaram ovos aos pássaros, daí andarem zangados, e com razão, e na vida real também devia ser permitido atirar com coisas a quem rouba que é para não haver cá maldades. Mas há na Bíblia acontece tudo ao contrário, Jesus morre crucificado, de maneiras a que, eu sou a favor de pássaros furiosos contra sapos malandros. Mas também, se não houvesse sapos, eu também não tinha mesmo nada de nada para fazer aqui na net.
E posto isto, uma boa noite a todos. Saudades.
Com isto, só posso resumir, que a Google é a maior porque disponibiliza o jogo Angry Birds aqui no meu Baby Tosh e pronto, é uma animação pegada atirar com pássaros a coisas como pedras que felizmente caem sobre os sapos malandros que roubaram ovos aos pássaros, daí andarem zangados, e com razão, e na vida real também devia ser permitido atirar com coisas a quem rouba que é para não haver cá maldades. Mas há na Bíblia acontece tudo ao contrário, Jesus morre crucificado, de maneiras a que, eu sou a favor de pássaros furiosos contra sapos malandros. Mas também, se não houvesse sapos, eu também não tinha mesmo nada de nada para fazer aqui na net.
E posto isto, uma boa noite a todos. Saudades.
O que eu sei é que Oliveira de Azeméis é pobre, triste e envelhecida, mas as pessoas são simpáticas e tornam o lugarejo aprazível. Perdi-me a caminho do hotel entre a Maia e Porto, e sim, eu sabia que só tinha oito quilómetros pelo meio, mas que fazer a parva do GPS disse para eu virar à direita. Nisto, ando eu a fazer carreira. Lá falo alemão, sorrio e conheço novas gentes.
Quando cheguei a Tomar, chegou aquando da minha chegada, o senhor primeiro ministro, e que por causa dele, tive de andar cinco quilómetros a pé, rico exercício porque o senhor primeiro ministro lá andava entre tabuleiros e eu, hospedada nos Templários tive que ir dar uma volta. Vi o concerto até ao fim, confesso pela primeira vez, lidei com o fanatismo das fãs, taradas, lutam umas contra as outras pela atenção do músico, pedincham-me passes de entrada, brindes, bonés e mais que tal, e lá pelo meio do caos é que percebi que o hotel até tinha piscina e podia ter dando uns bons mergulhos. A comida esgotou nos restaurantes, sorte a minha que o hotel nos servia.
Estou de volta. Estou cansada. Emocionei-me com uma das fãs, com cancro da mama evidente no corpo, ela chorou porque as músicas dão-lhe alento. Com estas pequenas coisas, cresce a minha vontade de continuar a fazer carreira.
Quando cheguei a Tomar, chegou aquando da minha chegada, o senhor primeiro ministro, e que por causa dele, tive de andar cinco quilómetros a pé, rico exercício porque o senhor primeiro ministro lá andava entre tabuleiros e eu, hospedada nos Templários tive que ir dar uma volta. Vi o concerto até ao fim, confesso pela primeira vez, lidei com o fanatismo das fãs, taradas, lutam umas contra as outras pela atenção do músico, pedincham-me passes de entrada, brindes, bonés e mais que tal, e lá pelo meio do caos é que percebi que o hotel até tinha piscina e podia ter dando uns bons mergulhos. A comida esgotou nos restaurantes, sorte a minha que o hotel nos servia.
Estou de volta. Estou cansada. Emocionei-me com uma das fãs, com cancro da mama evidente no corpo, ela chorou porque as músicas dão-lhe alento. Com estas pequenas coisas, cresce a minha vontade de continuar a fazer carreira.
Ando com saudades de vir aqui com postas de pescadas, piadas secas e histórias sem fundamento. Agora que tenho o meu BabyTosh a acompanhar-me durante o meu trabalho de verão - estou a fazer Carreira - vou passar a contar os meus delírios em território nacional.
Até agora só sei que em Monção a feira de vinho vale mesmo a pena e que na Rebordosa o senhor Neto ensinou-me que os pais dão «o cesto e o escadote, agora faz tu a vindima» e que na Trofa «não batemos quando queremos, mas quando podemos». Estes sábios senhores, sábios. Teria no fim-de-semana mais vontade para partilhar histórias, mas passando o timming dos momentos... Só quando regressar a vontade de escrever como deve ser.
Até agora só sei que em Monção a feira de vinho vale mesmo a pena e que na Rebordosa o senhor Neto ensinou-me que os pais dão «o cesto e o escadote, agora faz tu a vindima» e que na Trofa «não batemos quando queremos, mas quando podemos». Estes sábios senhores, sábios. Teria no fim-de-semana mais vontade para partilhar histórias, mas passando o timming dos momentos... Só quando regressar a vontade de escrever como deve ser.
Não me pesou a consciência pela confessa piada, pesou-me antes por ter de me assombrar com a data. Lógico que seria motivo de felicitações pelo aniversário do meu pai, mas há sempre uma traição rasgada por estrada fora. Estas pedras empilhadas, umas por cima das outras, dólmen intemporal. Jazigos implantados na mente de cada qual. Ninguém passa imune à perda, à inexplicável perda, âncoras, pedras pesadas, peso, peso, peso tanto peso dentro e carregamos, arrastamos e não sabemos onde como e quando o largar.
E porquê esta sensação de fardo? Raios este peso. Quero-me livrar dele. Livraram-se de nós. Partem pássaros livres, aves, incontáveis aves, voam, independentes, livres, sem rumo, sem porquê. Ficamos, com este egoísmo, esta inveja, este peso. Tudo isto que se carrega e não se percebe porquê, porque custa tanto. Impiedosa condição da vida. Sinto à tona da pele, não, não aí, demasiado leve, de raspão, um sopro, o último sopro... É antes sugado pelas entranhas e pesa, porque não me livro das memórias, das histórias, da saudade. Ah, a saudade. Essa filha da mãe que quer tomar a vida, a nossa vida, a minha vida por inteiro, diz que lhe pertence, quer ter mais do que merece. E pesa-me. Fico baixa, esmagada, espalmada contra a inutilidade dos sentimentos. Porque pesam. Não na consciência. Em toda a minha existência.
Porque quando se perde, aqui perto, bem perto, ao nosso lado... Tem outro peso. O dos outros eu não o carrego, mas a Morte, ela passeia-se entre nós, vaidosa, sedenta de exercer o poder que só ela tem. Um só gesto, uma só acção e porca, deixa-me pesada. Só. Saudosa. Minha dor. Meu peso. Vosso nunca. Meu peso. Meu peso. Meu, só meu.
Meu.
E porquê esta sensação de fardo? Raios este peso. Quero-me livrar dele. Livraram-se de nós. Partem pássaros livres, aves, incontáveis aves, voam, independentes, livres, sem rumo, sem porquê. Ficamos, com este egoísmo, esta inveja, este peso. Tudo isto que se carrega e não se percebe porquê, porque custa tanto. Impiedosa condição da vida. Sinto à tona da pele, não, não aí, demasiado leve, de raspão, um sopro, o último sopro... É antes sugado pelas entranhas e pesa, porque não me livro das memórias, das histórias, da saudade. Ah, a saudade. Essa filha da mãe que quer tomar a vida, a nossa vida, a minha vida por inteiro, diz que lhe pertence, quer ter mais do que merece. E pesa-me. Fico baixa, esmagada, espalmada contra a inutilidade dos sentimentos. Porque pesam. Não na consciência. Em toda a minha existência.
Porque quando se perde, aqui perto, bem perto, ao nosso lado... Tem outro peso. O dos outros eu não o carrego, mas a Morte, ela passeia-se entre nós, vaidosa, sedenta de exercer o poder que só ela tem. Um só gesto, uma só acção e porca, deixa-me pesada. Só. Saudosa. Minha dor. Meu peso. Vosso nunca. Meu peso. Meu peso. Meu, só meu.
Meu.
Apetece-me gritar até rebentar as artérias. Ou então não, pode-me acontecer o mesmo que à Adele.
- Alguém tem aí um colete à prova de balas? É que preciso de ir ao Colombo.
De manhã, ao chegar à estação, uma senhora disse que estava a divulgar a palavra de Deus porque o mundo está prestes a mudar. Agora é isto:
«Será um lugar-comum dizê-lo, mas como “debutante” acho que posso: o Cannes Lions é, de facto, o grande festival mundial da criatividade, em todas as suas modalidades – ou quase, porque há sempre novas disciplinas que vão sendo acrescentadas ao seu reportório.
Agora como é sabido são treze, entre as quais as relações públicas, de cujo júri tive o prazer e a honra de fazer parte.
Como disciplina nova que é (é apenas o terceiro ano que está representada em Cannes), tem ainda um número relativamente reduzido, se bem que crescente, de entradas a concurso (perto de 600 em 2010, perto de 900 este ano) e, sobretudo, ainda provoca muito “soul searching” no júri que as vai avaliar: Será isto exactamente PR? Onde é que se situa a fronteira? Se a campanha é integrada, quem é que lidera? Nas entradas houve de tudo, do razoável ao excelente, da parte dos suspeitos habituais e não só – alguns trabalhos de países emergentes também surpreenderam pela inteligência, originalidade e rigor de execução demonstrados, para além, claro, dos resultados que alcançaram para os seus clientes.
Houve campanhas grandes e pequenas, ricas e pobres, locais e globais, “single shot” e de longa duração, clássicas e inovadoras; sinal dos tempos, talvez, o grande prémio foi para uma agência de publicidade, que fez uso na campanha que apresentou de um vasto número de instrumentos – “media relations”, media digitais, eventos, publicidade… - para ganhar visibilidade, claro, mas apenas como meio para alterar percepções, atitudes e comportamentos, que é aquilo que melhor define as relações públicas.
Estará o futuro nesta lógica integradora? Até onde irá ela, que consequências terá na forma como as empresas se organizam e os profissionais se articulam? Uma coisa parece certa: no futuro, os rótulos serão mais difíceis de usar.»
por António Figueira