ode alla vita*

21:27

por Pablo Neruda
*para todas as Kit Kats, Laranjas e irmãs da minha vida

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem faz da televisão seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os «is» em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorriso dos bocejos
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz  com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio
esplêndido de felicidade.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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