A vida que escolhi
19:41O que eu sei é que Oliveira de Azeméis é pobre, triste e envelhecida, mas as pessoas são simpáticas e tornam o lugarejo aprazível. Perdi-me a caminho do hotel entre a Maia e Porto, e sim, eu sabia que só tinha oito quilómetros pelo meio, mas que fazer a parva do GPS disse para eu virar à direita. Nisto, ando eu a fazer carreira. Lá falo alemão, sorrio e conheço novas gentes.
Quando cheguei a Tomar, chegou aquando da minha chegada, o senhor primeiro ministro, e que por causa dele, tive de andar cinco quilómetros a pé, rico exercício porque o senhor primeiro ministro lá andava entre tabuleiros e eu, hospedada nos Templários tive que ir dar uma volta. Vi o concerto até ao fim, confesso pela primeira vez, lidei com o fanatismo das fãs, taradas, lutam umas contra as outras pela atenção do músico, pedincham-me passes de entrada, brindes, bonés e mais que tal, e lá pelo meio do caos é que percebi que o hotel até tinha piscina e podia ter dando uns bons mergulhos. A comida esgotou nos restaurantes, sorte a minha que o hotel nos servia.
Estou de volta. Estou cansada. Emocionei-me com uma das fãs, com cancro da mama evidente no corpo, ela chorou porque as músicas dão-lhe alento. Com estas pequenas coisas, cresce a minha vontade de continuar a fazer carreira.