Cannes Lions - o grande festival da criatividade

09:43

«Será um lugar-comum dizê-lo, mas como “debutante” acho que posso: o Cannes Lions é, de facto, o grande festival mundial da criatividade, em todas as suas modalidades – ou quase, porque há sempre novas disciplinas que vão sendo acrescentadas ao seu reportório.

Agora como é sabido são treze, entre as quais as relações públicas, de cujo júri tive o prazer e a honra de fazer parte.

Como disciplina nova que é (é apenas o terceiro ano que está representada em Cannes), tem ainda um número relativamente reduzido, se bem que crescente, de entradas a concurso (perto de 600 em 2010, perto de 900 este ano) e, sobretudo, ainda provoca muito “soul searching” no júri que as vai avaliar: Será isto exactamente PR? Onde é que se situa a fronteira? Se a campanha é integrada, quem é que lidera? Nas entradas houve de tudo, do razoável ao excelente, da parte dos suspeitos habituais e não só – alguns trabalhos de países emergentes também surpreenderam pela inteligência, originalidade e rigor de execução demonstrados, para além, claro, dos resultados que alcançaram para os seus clientes.

Houve campanhas grandes e pequenas, ricas e pobres, locais e globais, “single shot” e de longa duração, clássicas e inovadoras; sinal dos tempos, talvez, o grande prémio foi para uma agência de publicidade, que fez uso na campanha que apresentou de um vasto número de instrumentos – “media relations”, media digitais, eventos, publicidade… - para ganhar visibilidade, claro, mas apenas como meio para alterar percepções, atitudes e comportamentos, que é aquilo que melhor define as relações públicas.

Estará o futuro nesta lógica integradora? Até onde irá ela, que consequências terá na forma como as empresas se organizam e os profissionais se articulam? Uma coisa parece certa: no futuro, os rótulos serão mais difíceis de usar.»

por António Figueira

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

Mais lidos

Recebe uma carta