Música para ler

13:29

Tenho vícios, admito. Tenho vícios irritantes e cansativos para quem está de fora. Não prescindo dos meus vícios.
Um deles é ouvir repetidamente a mesma música até estar completamente esgotada. Só assim serve o propósito de estar a ouvir. A melodia, as batidas, a própria letra deixam-me em estado nirvana. E assim fico, durante horas a fio a divagar nos meus pensamentos mais filosóficos e melancólicos. Confesso que gosto desse conforto, desse meu mundo de ideias.
Depois pego no meu bloco de notas e deposito tudo o que acho conveniente dizer. Liberto-me nas escalas. A minha escrita oscila entre agudos e graves, entre o dó e o ré. Sempre fui fã do mi. E do si.
No meu quintal tenho um baú enterrado. E é lá que vou largando este meu vício. Quando me canso do vício, coloco um pedaço de papel com o nome. Depois fecho e volto a escondê-lo. Este baú não tem fundo. É adubo para um novo vício.

(Vinil)

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

Recebe uma carta