Fandango da memória

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A cabeça, em bom português, é lixada. Tem com cada encruzilhada que só dá vontade de cavar um buraco bem fundo e ficar ali à coca até que se decida reorganizar.
Não percebo como sou capaz de sobreviver com esta memória de curto prazo. Eu acredito e assim convém que seja, que resulta da junção diária de informação desnecessária que me faz uma pessoa de um imenso traquejo inútil. Portanto, absorvo um pouco de tudo. Aquilo do registo fotográfico. Às vezes... nem sempre é às vezes, quase sempre, não assimilo nada daquilo. Acumulo como os pontos da BP. Depois, revejo-me tal e qual uma cebola com diversas camadas que a meu ver são descartáveis e na essência sobrevive o quê? Pois, não sei. Esqueci.
Que confusão que para aqui vai. Não sei do que me lembro e lembro-me do que já nem sei.
Olha lembras-te do fulano, sicrano beltrano manco? Qual, aquele que... Que era amigo do outro... Que conhecia a... Não é esse. Estás a confundir. Passado um bocado, com muita insistência e falta de humildade digo: ah já sei. Assunto arrumado para quem apresenta o dito diálogo. Lembrou-se, já posso contar a história com sentido. Entretanto a minha cabeça feita fandango divaga... Quem é que era mesmo? Alta branca... Acho que é mais uma espécie de apagão, algo escuro. Nada de branco. A história cheia de senso continua a ser revelada e eu ali, a disfarçar entre caras teatrais, muito certa do que oiço mas muito errada em quem penso ser quem afinal não é.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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