são farpas amigos, farpas
12:36«Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As falências sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. O estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia explora. A intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada.»
Primeiro livro das Farpas, escrito por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, com publicação em Junho de 1871.