isenção de criatividade
19:43«Acreditar que os seus pensamentos, acreditar que aquilo que é verdadeiro para você no âmago do seu coração é verdadeiro para todos os homens - isso é génio. Expresse a sua convicção latente, que esta deverá reflectir o sentimento universal. Devíamos aprender a detectar e a observar essa centelha de luz que lampeja em nossa mente. Entretanto, descartamos as nossas ideias sem nos darmos conta; elas voltam para nós com certa majestade alienada. Amanhã um estranho dirá do alto do seu bom senso magistral precisamente aquilo que pensamos e sentimos o tempo todo, e seremos forçados a aceitar envergonhados a nossa opinião dita por outrem.»
Ralph Waldo Emerson
Quantas vezes, aqui entre as paredes cerebrais, me perco em ideias e as transcrevo para o meu bloco de notas. Seja onde for, tenho essa necessidade, de manter em prática o exercício de uma mente permanentemente activa. E aponto, incalculáveis vezes, esses abstractos que a minha percepção compõe. A mente, de forma ensinada e automática, inicia o seu processo criativo, um gesto tão simples como escrever este texto. Estou a criar, constantemente, algo novo para mim e para a sociedade, e no caso de se tratar de algo valioso, serei apelidada de génio como Einstein. Mas é com exacta raridade que sai do caderno. Esqueço que as boas ideias merecem o seu tempo, lugar e devida atenção. Nem sempre me ocorre que todos nós somos seres criativos, cada macaco no seu galho, cada qual na sua área. Escrita, jardinagem, informática, medicina, culinária, entre tantas outras, o potencial de criatividade é elevado ao quadrado quando lhe é dada merecida consideração. Por franca evidência, uns salientam-se primeiro, espécie de pole position. Porque expõem as suas ideias, traduzem-nas numa linguagem universal. Os pensamentos de Sócrates, as invenções de Leonardo Da Vinci, a escrita soberba de Eça de Queirós, os traços de Renoir são pioneiros porque transportaram o seu talento criativo para a realidade. E, desde então, são mentes históricas.
Vou dar de comer à minha criatividade, permitir-lhe os rasgos de inteligência, e assim que tiver esse clímax de genialidade, que já os tive certamente sem os saber aproveitar, talvez os consiga expor antes de qualquer outro. Assim espero que a decepção não tome de novo conta de mim, como quando leio um livro ou blogue e constato, por palavras de outrem, a minha ideia.
Lá porque não estudei as teorias de Einstein, não quer dizer que não saiba desenvolver na minha mente, semelhante opinião.