Rica herança

13:31

Francamente não me lembro do primeiro dia em que peguei numa folha de papel e passei a despejar este palavreado disperso sobre as linhas. Deve ter sido com a moda dos diários que já lhes perdi o rasto. Mas, mais do que escrever, a minha veia lírica foi profundamente alimentada pelo vício dos livros.
Eu nunca conheci o meu avô paterno. Pelo que oiço falar, tenho a impressão que herdei algumas das suas  melhores características. As palpáveis ficam nestes pequenos livros da Verbo numa edição especial da RTP, que eu faço de questão de ler. A maioria são grandes clássicos que ficam cravados no tempo. Tal como o meu avô que os esqueceu deliberadamente neste mundo para que eu, devoradora de livros, os mantivesse como a minha maior herança. E a mais rica.
O que me entristece é o facto de alguns se terem perdido entre as ligações de Angola e Lisboa. Mas vou restaurar toda esta colecção e preencher ainda mais este meu lado da personalidade que faz jus à memória do meu avô Cesário e que me transforma a pequena estante do meu quarto no meu maior reflexo.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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