De fecho éclaire

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Zip. Foi o som que fez. O último som que se ouviu. A mesma sonoridade quando se termina a leitura de um livro, o desligar de uma televisão, o fechar de uma porta. Uma sonoridade que representa um fim. Um fecho. Este, éclaire.
Pisou o limite, supostamente, ditos traços intransponíveis, aqueles que se faz uma jura sem precedentes a jamais arriscar. Mas quem se atreve petisca e quem petisca é porque arrisca e segue-se a consequência. Quando se ultrapassam estes parâmetros, aqueles que limitam a minha liberdade e a tua, em que ficamos? Faltas de respeito ou invasão deliberada de intimidade? Às vezes é o que queremos. Por isso é que avançamos.
O zip, aquele esbater metálico que encaixa uma metade na outra, em movimentos zigue zague, desenhou uma linha recta. Se fechou, é porque algo foi quebrado. É o querer virar costas, fechar literalmente o mundo dentro de um saco e libertar as presilhas que tanto andavam a incomodar? Às voltas fica a cabeça que tanto pensa neste simbolismo. Será que é diametralmente o oposto: o resguardar do mais sagrado que se pode ter... fica fechado, zip, sem ninguém o poder romper?
Seja como for, é simbólico aquele prateado a direito. Tão simbólico que dei cabo do meu, de propósito. Alguém que tenha a audácia de o querer arranjar. Por mim, por enquanto, fica bem sem encostar as metades.  Não funciona a inteiro.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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