Coração a milhas

23:29

Nada mais ambivalente do que recuperar de uma queda de coração. Em queda-livre então, posso até jurar que não há solução. Ainda assim, sendo eu um exemplo a ser tido em conta no restante quesito, quero-vos deixar aqui o meu ombro. Só o esquerdo. É do lado certo.
O meu coração. Ora o que dizer sobre este gigante? Tem milhas que mereciam um daqueles cartões dourados bem ao estilo Up in the air. Resiste com franca emoção à turbulência, basta imaginar que aquele abanar é passageiro. Está igualmente farto de voar em queda-livre já que não foi pré-concebido para grandes perdas de altitude. Gosta de ver tudo na frente de ataque e para isso aloja-se sempre ali no cockpit. Como tal, tem a pura percepção do que está prestes a vir. Ah, melhor de tudo: não faz a mais pequena menção do que é um pára-quedas por mais que procure no dicionário o seu significado. Portanto, resume-se a um pedaço da minha inteira responsabilidade com grande vocação para estar no ar sem saber quando aterrar. Já no que diz ao levantar... está sempre pronto!
Mas aqui fica o meu ombro esquerdo. Sou pata-brava nos céus, eu sei. Mas isso não interessa. No fim de contas acabo sempre por ficar impecável para novo voo. Todos ficamos. Leve o tempo que levar voar.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

Recebe uma carta