Doce loucura

15:15

Dou por mim a pensar se não sou louca. Mas não ao ponto de me internar num hospício. Louca por pequenas adversidades do dia a dia, que na maior parte deles, os comuns mortais, se coíbem de vivê-los. Trocando este português eloquente, dou por mim a quebrar regras.
Dou por mim a rir-me sozinha na rua, pois estou tão emaranhada nos meus pensamentos que nem reparo na figura que faço. Dou por mim a usar luvas ao PC porque gelo demasiado a mão direita ao usar o rato. Antes de adormecer fecho as portas empanadas do armário, endireito o tapete e os psicólogos saem-se com a teoria que  sou obcecada com o controlo. Dou por mim a deitar-me sem fazer nada disso só porque me apetece contrariar tendências.
Ando pelas ruas, passo por cima do traço contínuo. Passo o vermelho. Não serve de exemplo, mas no Rio não se pára nos sinais. Quebro regras de conduta que há partida nos dão segurança. Pergunto-me se é isso que vale a pena? De onde se retiram as maiores experiências? Todas as acções provocam reacções. Esta sou eu a parafrasear Isaac Newton. Dou por mim a considerar que fugir à realidade faz-me viver mais. Intensamente. E sem intensidade, a vida é vazia. Esta ponderação remete-me àquela história obrigatória de criança, o Principezinho. Ele vê a ovelha dentro da caixa e vive esse momento. A verdade é que o animal não foi desenhado mas o pequeno príncipe foi capaz de ir mais além. Louco, talvez. Deu-lhe a doçura da vida. A alegria.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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