O chão que pisas é marca registada

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Cada país que vá neste mundo, reparo no chão. Pode parecer um tanto quanto estúpido mas é um ponto fulcral que utilizo para compreender cada povo.
O chão na Suíça é organizado, peças de cimento que se encaixam umas nas outras. Parecem peças de puzzle. Anda-se plano e seguro. É triste e cinzento. É Inverno todo o ano. Limpo e solitário. Agora se pensarem nas pessoas são maioritariamente assim. Pesadas, tristes, sombrias, ordeiras e obcecadas com a limpeza.
O chão em Nova Iorque é quadrado, cujos metros não sei mas aposto em dois. É contínuo, excessivamente pisado. Facilita o andar rápido e decisivo. Lá, na grande maçã todos têm a certeza do seu destino, horas para chegar e onde ir.
Já em Abu Dhabi, é confuso e multicultural. Dá vontade de andar de patins, tons terra ou areia. Caminha-se em passos largos e com à vontade. As pessoas são assim também de posses largas, com à vontade para viver de acordo com o que lhes apetece, seja com sapatos Manolo Blahnik ou xanatos tipicamente árabes.
Por cá, andamos aos altos e baixos, atropelados uns nos outros, com tentativas de desenhos abstractos na nossa calçada tão rústica, tão nossa. Fazem-nos cair, tropeçar, estragar solas e saltos sem nunca ninguém nos reparar esses danos mas com ouvidos abertos para qualquer tipo de reclamação. Assim somos nós, pedras pequenas enfiadas, por cima, com falhas, com queixas e sem nunca mudar. Porque o que é nosso é nosso, mesmo com defeito não deixa de ser à maneira portuguesa, com certeza.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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