Eu Bela, Ele Monstro

12:03

Agora já sei. Finalmente tenho culpado para esta minha tendência psicossomática de quebrar e rachar a cara no chão. Tudo se deve às histórias de princesa da Disney. Principes encantados não existem mas tenho para mim que não é bem assim. Há monstros que se transformam em boas personagens e ainda aqueles que são lobos (neste caso monstros) com pele de cordeiro. Acontece que no cinema só aparecia a primeira espécie e ninguém teve coragem de, logo em pequena, destruir essa ideologia romântica e esperançosa com que cresci. Vou processar a Disney, porque lembro-me de ficar agarrada à televisão a por e a tirar cassetes de vídeo com capas de meninas com os seus belos vestidos mas melhor que isso, com os ditos jovens encantados. Felizes.
Primeiro considero um erro crasso incutir à criançada o que é o amor, e que este vem pendurado nos bicos dos passarinhos que chilreiam e que o despejam por cima de duas pessoas mesmo improváveis de serem felizes. Eu, patagónia como sou, obviamente que sempre vi elefantes cor de rosa a sobrevoar a minha cabeça e mais, sempre achei que o príncipe se ia apaixonar por mim. Ou então, muito má opção, era ir parar a terreno argiloso e ficar encarcerada nas garras do monstro. Mas este, segundo a lenda, transformava-se. Só tinha que se apaixonar por mim. E caso não acontecesse? Nem nos extras do DVD vêm as respostas....
Depois nem o príncipe aparece nem o monstro desaparece. Andamos para aqui a rebobinar a cassete na parte em que eles perdem a razão para o coração, encravamos ali a pensar "bolas, isto de facto sucede" mas esquecemos a parte dos cortes do filme. Aquele em que eles mostram a sua verdadeira face. Ficamos à espera do dito no seu cavalo e que o outro, o monstro saia da cabeça porque é feio demais.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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