eu nunca te disse

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Amo-te. Ainda estás à espera? Estou sempre a tempo, mas sinceramente nunca percebi a dureza dessa palavra e a necessidade de a libertar. Eu nunca tive a intenção de a dizer, nem podia. Juro que não consigo entender o seu propósito. É só uma palavra. Há tantas outras tão mais interessantes. Quero dormir contigo. Quero pequenos-almoços às quatro da manhã. Quero uma polaroid nossa no frigorífico. Quero-te levar para o campo, quando despido de verde e trajado a seco. Quero fazer amor contigo. Quero discutir. Quero tudo e mais alguma coisa, menos esse amo-te.
Amo-te. É um desperdício. Vejo que ficas sentido. Dizes que nunca gostei de ti. Provavelmente. Se pesares assim tanto esta palavra, talvez seja essa a verdade, nunca gostei assim tanto de ti. Mas repara, não saí, não fugi. Mantenho-me por perto porque não quero deixar de partilhar o meu corpo com alguém assim. Sabes, acho que um dia até te digo olha gosto de ti, mas sei que não é o que tu queres. Desculpa, não te posso dar esse prazer. Todos os outros, de me teres por perto, sim. Excepto esse.
Somente se um dia o sentir.
Não me leves a mal, é só uma palavra, e eu para todos os efeitos, ainda ando aqui.
Ainda ando aqui.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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