Ode ao Pai Natal
15:56Querido Santa,
Cá estou de novo nas minhas longas e extensíveis palavras sobre a minha conduta anual. Até te escrevo com relativa antecedência qué p'ra ver se abres a pestana em relação ao presentes em lista.
Comecei em grande. Já não tenho memória de entrar no ano de 2010. Deve ter sido algures entre o excessivo champanhe, passas do azar e sestas justificáveis. Adiante. Brindaste-me com um passeio turístico pelo Rio de Janeiro. Gramei imenso, particularmente, por me deixares em sobressalto com os putos de metralhadora algures escondida na palma dos pés para me roubar o Santo Antoninho de prata. Voltei de lá com uma visão mais sarada e de havaianas em punho, nos pés não, porque os levam.
Depois, pouco tempo depois, fiz anos e ao soprar as vinte seis velas pedi que este ano fosse suportável porque é número par e eu tenho as minhas taras com os números e tu sabes disso. Desejo realizado. Entre duendes e gremlins transformers limpei os esqueletos do armário e confirmando a inutilidade das ossadas livrei-me daquilo, tipo Feng Shui. Tenho-te a dizer que está impecável. Passei a integrar uma visão raio laser x de satélite Google Street que é para não me enganar mais nos momentos de indecisões. Posto isto, a possibilidade de trabalhar na CGD afundou-se. Levo com mais uma porta na cara, até estava para fazer cirurgia, mas acho que ser parecida com um pug dá-me uma certa graça.
Entretanto dou por mim refugiada entre os Alpes a comer frutos vermelhos com ursos polares. Não existem por lá mas a minha imaginação tem-se aprimorado no preciso campo da criatividade. As grandes transfusões de álcool, por vezes induzidas involuntariamente, fazem o meu cérebro reviver resíduos mnémicos em constante slow motion.
Gostei que me tivesses colocado o Génio da Lâmpada pelo caminho. Ainda não pedi todos os desejos. Eis um deles, que tu Santa, acertes com o dito presente. Não vale a pena dizeres que está esgotado ou que é inexistente. Cá o espero. E se essa tua fábrica também tem ossadas a mais, já me podias ter dito que eu estou uma fascista nas limpezas.
Um abraço gorducho a cair de obesidade,
Saudações Sushianas