Glória ao texto

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Porque se a mim me coubesse uma escrita erudita. Porque se a mim me coubesse o conhecer ancião da vida, respostas ganhas e gastas pelo tempo. Porque se isso assim fosse. Não escreveria. Naive. Vocabulário tonto vagueia sempre pelos meus textos, em repetições irritantes, bater na mesma tecla ou teclas, space e enter. Um afasta o outro corta nisto a que eu insisto em chamar de escrita. Depois dizem, confusão verbal traduz uma profusão intensa de pensamentos que se revelam abstractos nas palavras dispersas, escancaradas de qualquer maneira que não há senso que as interprete.

Ainda assim.
Porque se a mim me coubesse já saber o que dizer, já saber responder. Eu não o faria tão superficialmente. Ainda estou a escavacar as minhas perguntas vanglórias de um filósofo por nascer. Borbulha por mim e em mim, a curiosidade constante de saber. Assim que souber, escrevo. Até então, sou uma tentativa. Ainda por falhar. Por escrever.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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