Como limpar a memória e recuperar gigas

19:27

Estive aqui a vascular a memória do meu baby Tosh e fiquei de novo indignada com a minha capacidade de esquecimento. Imenso ficheiros que vão sendo organizados de pasta em pasta, todos muito bonitinhos e depois zbuff... Caiem no esquecimento.
Ora tenho para mim que se de facto tivessem importância eu lembrar-me-ia deles. Imagens, filmagens, músicas. Infinitos gigas preenchidos com tralha que não me saltam à vista nem puxam carroça. E como o meu baby Tosh não pode ter tudo, ando a usar com frequência o botão delete. Assim sem mais nem quê carrego nessa magia, reencaminho tudo para a reciclagem e lá esvazio a pasta. Sem dó nem piedade.
Uso sempre as mesmas imagens. Oiço sempre a mesma música consoante a fase ou mês ou semana em que estou. Quando gosto, gosto não me divido entre outras escolhas. Sou fidedigna aos meus gostos. Se eu usar esta magia proporcionalmente aos acontecimentos pragmáticos e disparatados do meu dia-a-dia, também arrumo a lixeira com insana facilidade. Tipo, arruma para o lado. Sai da frente. Como a música da Beyoncé to the left. E sendo eu uma versão personificada do meu baby Tosh, pouca memória tenho, uma (in)feliz incapacidade cerebral que acompanha desde nascença,  apago o que ocupa espaço. Desnecessariamente. Assim arejo a actividade celular cinzenta que de volta em meia se desregula - convenço-me freneticamente que a constante mutação hormonal provoca esta espiral de bons e maus temperos - e volto a ocupá-la com quê? Mais informação ignóbil à minha solene existência.
Que fazer? Este notebook real em tamanho top-model para pessoas de pouca altura não é perfeito. Ainda assim sempre considerei que a memória externa seria uma boa adopção à minha evidente pessoa. Mas dizem o que vem com defeito de fabrico não tem solução.
Tal e qual como aquilo que não interessa.
Delete (se isto fosse um botão em vez de uma palavra aposto que este texto teria ido para o galheiro).


Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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