É nas palavras que me vês. Com toques e retoques, nos cadernos de rascunho. É aqui que estou em bruto, de folhas soltas, descoordenadas e sinceras. Poemas e versos, escárnio e prosa. De frente para trás. De trás para a frente tiras os meus sentidos.
Nas palavras desmedidas, pensadas, elaboradas. No vocabulário erudito e brejeiro. Nos graves e agudos, esdrúxulas e sem sintaxe. Com toda a gramática ou sem ela, sou assim. Por palavras. Intensas. Inteiras. E todas elas, verdadeiras.
Se me queres ver, tens de saber ler. Mais do que isso, saber-me ler. Nas linhas e entrelinhas, notas de rodapé, introdução, desenvolvimento e conclusão. Em todo o texto e contexto.
É nas palavras que me vês. E é nas palavras que eu me entendo. E estas são para ti. Mas só se souberes ler. Ver.