dança de olhares

16:44



Enquanto a chuva bate despreocupada contra a janela, chega-me à memória a sensação de flutuar. Num lugar onde o dia começa mais cedo do que a manhã pega-se na prancha e ruma-se ao mar.
Lá esta, ao fundo, a brisa melódica de um verão acabado. Vem de oeste, aprendo. Quando assim é, vem de rompante a espuma, a parede de água que se desenha acima da minha existência e quebra. Sigo-a de pé. Levo com a prancha na canela, submerjo e emerjo, fica-me a doer, envolvo-me mais um pouco naquela espuma branca, fluo, somos uma. Como um torpedo danço ao som da corrente que me puxa, suga, empurra e devolve. Recomponho-me. Sentada, fito o horizonte. Finalmente trocamos olhares. E a vida sorri.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

Mais lidos

Recebe uma carta