Nunca me deixes

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A ideia de jovens encarcerados numa escola de elite aparenta ser o bom sustento de uma história misteriosa e intensa. Assim o é, numa melancolia subjacente às sonoridades de Rachel Portman, que fazem pesar o cenário tipicamente britânico. Desenvolve-se um amor evidente entre o trio de personagens que pouco sabem do seu futuro. Se possuem almas, para nós observadores, é certeiro. E aqui, cresce aquela angustia ao sentir as pisadas daqueles fantoches, que vagueiam entre cenas para o final sem sal.

A palidez cinematográfica pouco deixa sobressair a classificação científica que rege a vida das personagens, apela então à nossa imaginação para tentarmos perceber por que, no momento da verdade, nenhum dos três tenta alterar desesperadamente o escopo que lhes aguarda. Trágico, sensível e sensaborão para quem procura um filme que aqueça o coração. 
Kazuo Ishiguro salienta, de novo, nesta ficção a sua obsessão pelas memórias que assombram o presente, a perda, a dor, a superação. Como a vida pesa, para alguns.


Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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