Estou de malas aviadas. Mais precisamente esta, e cheia de notas monetárias denominadas por euros.
2011 cá vou eu.
Tive uma epifania depois de ler o meu horóscopo de 2011. Foi isso.
2011 cá vou eu.
Tive uma epifania depois de ler o meu horóscopo de 2011. Foi isso.
- Então, 'tás bem?
- Não. Estou triste!
- Porquê?
- Tenho o colesterol alto. Significa que tenho de passar a comer verdes. Vou morrer!
- Não. Estou triste!
- Porquê?
- Tenho o colesterol alto. Significa que tenho de passar a comer verdes. Vou morrer!
A ideia de jovens encarcerados numa escola de elite aparenta ser o bom sustento de uma história misteriosa e intensa. Assim o é, numa melancolia subjacente às sonoridades de Rachel Portman, que fazem pesar o cenário tipicamente britânico. Desenvolve-se um amor evidente entre o trio de personagens que pouco sabem do seu futuro. Se possuem almas, para nós observadores, é certeiro. E aqui, cresce aquela angustia ao sentir as pisadas daqueles fantoches, que vagueiam entre cenas para o final sem sal.
A palidez cinematográfica pouco deixa sobressair a classificação científica que rege a vida das personagens, apela então à nossa imaginação para tentarmos perceber por que, no momento da verdade, nenhum dos três tenta alterar desesperadamente o escopo que lhes aguarda. Trágico, sensível e sensaborão para quem procura um filme que aqueça o coração.
Kazuo Ishiguro salienta, de novo, nesta ficção a sua obsessão pelas memórias que assombram o presente, a perda, a dor, a superação. Como a vida pesa, para alguns.
Então vá vamos todos começar com a loucura do fim-de-ano.
Ou começo-de-ano?
Ou começo-de-ano?
- Ele não me larga.
- Quem?
- O meu rabo.
- Quem?
- O meu rabo.
Estou numa de OPAAAA... Aquisição assim-assim agressiva de amigos, amizades e afins.
É Natal!Dou abraços de borla.
Pensem nisso.
É Natal!Dou abraços de borla.
Pensem nisso.
Tinha oito anos quando aprendi a língua portuguesa. Até lá, arranhava aquilo que para mim aparentava ser uma linguagem bizarra, que os meus familiares falavam. Muitas horas de aulas extras na terceira classe, uma medalha de honra no final da primária. Porque dei tudo o que tinha a dar para compreender as palavras de Camões. Porque debaixo do braço, agarrava-me aos livros. A todos eles. Dos clássicos de Enid Blayton à simples banda desenhada de Tim Tim. As histórias reportavam-me ao meu mundo imaginário, uma espécie de aparição do meu futuro. Ali, sentia-me em casa.
E é em casa que tenho estado. Fisicamente. Os meses passam, o tiquetaque do relógio perfura as paredes, a intensidade do tempo é imensurável. A frustração corrói a minha alma. A cabeça vive nesta clausura, safa por existir a Internet. Neste abismo abstracto dou asas à imaginação, bato à porta de sítios que dizem ter trabalho. É a minha oportunidade. Perdi o rasto da quantidade de currículos que já enviei. Bem sei que apenas alguns lhe deram atenção, ainda assim, por um motivo ou outro, não correspondi aos critérios. Gosto de abusar, nestas situações, de frases feitas «porque não tinha de ser», só porque fazem sentido.
É Natal.
À minha volta vejo as pessoas de mãos abertas para receber e fechadas para dar. Eu tenho a minha aberta para dar, dar o meu melhor. Peço apenas, sem pudor, que este ano no meu sapatinho me caia o melhor presente de sempre. Um emprego. E de preferência naquilo que nunca, jamais, hei-de desistir - jornalista. Para continuar a dar de mão aberta aquilo que nasci para ser.
Ps: A todos um Bom Natal porque este é o melhor que eu hei-de ter.
E é em casa que tenho estado. Fisicamente. Os meses passam, o tiquetaque do relógio perfura as paredes, a intensidade do tempo é imensurável. A frustração corrói a minha alma. A cabeça vive nesta clausura, safa por existir a Internet. Neste abismo abstracto dou asas à imaginação, bato à porta de sítios que dizem ter trabalho. É a minha oportunidade. Perdi o rasto da quantidade de currículos que já enviei. Bem sei que apenas alguns lhe deram atenção, ainda assim, por um motivo ou outro, não correspondi aos critérios. Gosto de abusar, nestas situações, de frases feitas «porque não tinha de ser», só porque fazem sentido.
É Natal.
À minha volta vejo as pessoas de mãos abertas para receber e fechadas para dar. Eu tenho a minha aberta para dar, dar o meu melhor. Peço apenas, sem pudor, que este ano no meu sapatinho me caia o melhor presente de sempre. Um emprego. E de preferência naquilo que nunca, jamais, hei-de desistir - jornalista. Para continuar a dar de mão aberta aquilo que nasci para ser.
Ps: A todos um Bom Natal porque este é o melhor que eu hei-de ter.
Musiquinha de boa noite.
Não descurando de qualquer outra banda que queira enfeitar os cartazes dos festivais de Verão, tenho falar desta premonição: The Strokes, ao fim de quatro anos, brindam-nos com o seu regresso, numa altura que ultimam o seu mais recente álbum. Ânsias para conhecer esse trabalho. E completando a ideia, com a presença destes novaiorquinos, prevejo dias de praia e poeira à maneira.
A band crush recua uns bons anos, tendo como banda sonora evidente no meu telemóvel, You Only Live Once, durante anos a fio. Hoje já passei a pente fino, em jeito de recordação First Impressions of Earth, enclausurando (my) Heart in a Cage. Qualquer coisa Hard to Explain.
Praia de Alfarim espera por mim!
A band crush recua uns bons anos, tendo como banda sonora evidente no meu telemóvel, You Only Live Once, durante anos a fio. Hoje já passei a pente fino, em jeito de recordação First Impressions of Earth, enclausurando (my) Heart in a Cage. Qualquer coisa Hard to Explain.
Praia de Alfarim espera por mim!
(durante a falta de luz)
- Estou presa no elevador!
- Estás em que piso?
- Sei lá... Estou às escuras!!!!
- Estou presa no elevador!
- Estás em que piso?
- Sei lá... Estou às escuras!!!!
The dreams in which I’m dying are the best I’ve ever had.
Não devia ter feito o curso de Revisão de Textos. Ando, há dias, obcecada com os erros. A torto e a direito. Fiquei mais desperta e provoca-me uma irritabilidade digna de esmurrar o saco de boxe ali pendurado no meu quarto. Nisto tenho-vos (homens) a pensar numa loira de braços extremamente musculados com quem nunca iriam envolver-se com receio de levar uma surra. Ainda que pudesse libertar essa testosterona que vagueia voluntariamente no meu corpo desde a época do Australopithecus, sou boazinha demais... É como aquela pescadinha de rabo na boca: vejo erros - irrito-me - tento esmurrar o saco de boxe, não sou capaz porque sou mesmo boazinha - irrito-me um pouco mais - fico mais astuta quanto aos erros - irrito-me pela milésima vez.
Ah!, a sério cérebro, pára.
Alguém sabe desligar o meu cérebro... só por umas horas?
* E os erros neste texto? Pânico.
Ah!, a sério cérebro, pára.
Alguém sabe desligar o meu cérebro... só por umas horas?
* E os erros neste texto? Pânico.
Olá a todos,
Há algum sábio desse lado que me consiga explicar como funcionam os homens?
Agradeço resposta ASAP.
Há algum sábio desse lado que me consiga explicar como funcionam os homens?
Agradeço resposta ASAP.
Andava eu pelo Chiado quando uma equipa de reportagem da TVI me abordou:
- Olá... Por acaso vês a Casa dos Segredos?
- Oh... Não, não vejo.
Odeio passar por mentirosa. É que não vejo mesmo. Lembrei-me de uns quantos amigos, que na sexta-feira falavam com conhecimento de causa sobre os incidentes do programa. Quem me dera não ter ingerido álcool, talvez tivesse recordado o que comentaram...
Perdi os meus 15 minutos de fama. Warhol tenho direito uma segunda oportunidade?
- Olá... Por acaso vês a Casa dos Segredos?
- Oh... Não, não vejo.
Odeio passar por mentirosa. É que não vejo mesmo. Lembrei-me de uns quantos amigos, que na sexta-feira falavam com conhecimento de causa sobre os incidentes do programa. Quem me dera não ter ingerido álcool, talvez tivesse recordado o que comentaram...
Perdi os meus 15 minutos de fama. Warhol tenho direito uma segunda oportunidade?
Casimiro não acertava com o tiro, cada vez que o dava a bala resvalava o alvo. Isto abria precedentes, pela má fama da sua pontaria havia quem se aproveitasse dessa enjeitada fortuna para benefício próprio. O desgraçado bem que treinava todo o santo dia, para melhorar a sua mira, mas quando tinha que participar em competições, eis que por nervos ou visão turva, lá a bala atinava num coração alheio tendo como consequência, a hipócrita chatice de ter que lidar com os estragos.
Nisto, o mestre de armas, presente em determinada circunstância, ao se aperceber de tamanha aselhice de Casimiro, com a sapiência das suas palavras revela o segredo de uma boa pontaria. Atento à lição, decide pôr em prática o plano de execução. Fecha os olhos no momento de premir o gatilho e vai que o tiro combina na perfeição com a Maria da Conceição, que ali estava, a fechar as portas do coração.
Nisto, o mestre de armas, presente em determinada circunstância, ao se aperceber de tamanha aselhice de Casimiro, com a sapiência das suas palavras revela o segredo de uma boa pontaria. Atento à lição, decide pôr em prática o plano de execução. Fecha os olhos no momento de premir o gatilho e vai que o tiro combina na perfeição com a Maria da Conceição, que ali estava, a fechar as portas do coração.
Ando a explorar o mundo dos blogues.
Não fazia ideia que há blogues - ou neste caso os seus respectivos blogueiros - que se bajulam e inclusivamente, se consideram grandes escritores. Também não sabia que há blogues rivais, surgem espaços denominados de hate-blogs, onde escrevem horrores sobre outros blogues, ofendem. E por que motivo perdem tempo a escrever sobre os outros? A sério, as pessoas conseguem ser tão pequeninas.
Leio os blogues que gosto, costumo comentar e tenho o meu espaço aberto a qualquer cibernauta. Pouco me importa que não esteja na moda, que não seja in ler o que escrevo, que não me sigam e que não tenha um milhão de visitantes.
A minha paixão é escrever. A verdadeira paixão.
Como a Mafalda dizia «ainda bem que o mundo, às vezes, fica tão longe!».
Não fazia ideia que há blogues - ou neste caso os seus respectivos blogueiros - que se bajulam e inclusivamente, se consideram grandes escritores. Também não sabia que há blogues rivais, surgem espaços denominados de hate-blogs, onde escrevem horrores sobre outros blogues, ofendem. E por que motivo perdem tempo a escrever sobre os outros? A sério, as pessoas conseguem ser tão pequeninas.
Leio os blogues que gosto, costumo comentar e tenho o meu espaço aberto a qualquer cibernauta. Pouco me importa que não esteja na moda, que não seja in ler o que escrevo, que não me sigam e que não tenha um milhão de visitantes.
A minha paixão é escrever. A verdadeira paixão.
Como a Mafalda dizia «ainda bem que o mundo, às vezes, fica tão longe!».
A canção mais gay da galáxia:
Justin Bieber - «Somebody To Love»
A melhor canção dos Beatles de todo o sempre:
The Beatles - «Come Together»
A canção que lhe lembra o seu ex-qualquer coisa:
Hot Chip - «One life stand»
A canção para curar uma indisposição ou ressaca:
Bon Iver - «Blindsided»
A canção que gostaria que tocasse no seu funeral:
Coldplay - «Green Eyes»
Justin Bieber - «Somebody To Love»
A melhor canção dos Beatles de todo o sempre:
The Beatles - «Come Together»
A canção que lhe lembra o seu ex-qualquer coisa:
Hot Chip - «One life stand»
A canção para curar uma indisposição ou ressaca:
Bon Iver - «Blindsided»
A canção que gostaria que tocasse no seu funeral:
Coldplay - «Green Eyes»
Agora, ao voltar para casa, vi estrelas cadentes. Até às quatro da manhã, o Geminídeas desenha o céu com a sua chuva de estrelas.
Se não tivesse sono, deitava-me ali no jardim com poetas e contemplava o céu. Ouço, ao de leve, o sussurrar dos jazidos artistas, entre discussões fatais, por que não estou fixada no imenso céu, enquanto caem as estrelas. Incomodo-os com a minha indiferença. Tenho, simplesmente, sono.
Se não tivesse sono, deitava-me ali no jardim com poetas e contemplava o céu. Ouço, ao de leve, o sussurrar dos jazidos artistas, entre discussões fatais, por que não estou fixada no imenso céu, enquanto caem as estrelas. Incomodo-os com a minha indiferença. Tenho, simplesmente, sono.
Geminídeo na Noruega. Por Bjørnar G. Hansen |
IMENSAS
O céu é imenso. O mar é imenso.
e não,
acontece-me imensas vezes. Neste caso, acontece-me muitas vezes, inúmeras vezes, recorrentes vezes...
ASPAS
Andamos a usar as aspas erradas. Esqueçam estas "aspas" e comecem a usar as «correctas».
O céu é imenso. O mar é imenso.
e não,
acontece-me imensas vezes. Neste caso, acontece-me muitas vezes, inúmeras vezes, recorrentes vezes...
ASPAS
Andamos a usar as aspas erradas. Esqueçam estas "aspas" e comecem a usar as «correctas».
E se alguém, neste momento, neste preciso momento, estiver o que eu estiver a ouvir...?
A cada pessoa, imagino uma vida. Não sei se é uma coisa de signo ou a curiosidade que mata o gato. A verdade é que nestes milhões que somos temos de imaginar a vida. Porque não os posso conhecer a todos. A cada pessoa um passo e a cada passo um pedaço. De imaginação. O corrupio da vida, o entra e sai, o amar alguém que não ouve a mesma canção, os braços que esperam, a solidão que enche o quarto, o sorriso e a lágrima.
Fecho os olhos e vejo aquilo, o tudo ou nada, que todos temos. Arrepio-me com a felicidade de uns, o corpo entorpece-se com a tristeza de outros. Descubro cada qual e preencho o meu bloco de notas. Crio personagens à minha forma e medida. Nesta minha imaginação há um lançar de ideias, borbulham sentimentos, vejo-os a todos... nem todos. Há uns quantos que passam, vagueiam, são vazios. Perderam a alma. E nem eu, com esta imaginação, consigo ver o que lhes aconteceu. Ainda assim, no buraco negro deste e do outro, acendo uma vela e atrevo-me a contar uma história...
Mas guardo-a em memória.
Fecho os olhos e vejo aquilo, o tudo ou nada, que todos temos. Arrepio-me com a felicidade de uns, o corpo entorpece-se com a tristeza de outros. Descubro cada qual e preencho o meu bloco de notas. Crio personagens à minha forma e medida. Nesta minha imaginação há um lançar de ideias, borbulham sentimentos, vejo-os a todos... nem todos. Há uns quantos que passam, vagueiam, são vazios. Perderam a alma. E nem eu, com esta imaginação, consigo ver o que lhes aconteceu. Ainda assim, no buraco negro deste e do outro, acendo uma vela e atrevo-me a contar uma história...
Mas guardo-a em memória.
Ouvi dizer que ali para os lados do Rossio há carrosséis e uma pista de gelo.
Tenho tantas saudades de deslizar no gelo como dos tempos em que dominava o esqui aquático. Por isso, hoje é sexta-feira, dia perfeito para me apaixonar de novo pelos patins.
Kit Kat vais comigo! É o que te posso oferecer em formato de Berlim, se é que me entendes.
Tenho tantas saudades de deslizar no gelo como dos tempos em que dominava o esqui aquático. Por isso, hoje é sexta-feira, dia perfeito para me apaixonar de novo pelos patins.
Kit Kat vais comigo! É o que te posso oferecer em formato de Berlim, se é que me entendes.
Gosto muito. Daqui. És grande Piero! :)
I am in no sense of the word a great artist, not even a great animator; I have always had men working for me whose skills were greater than my own. I am an idea man. I can never stand still. I must explore and experiment. I am never satisfied with my work. I resent the limitations of my own imagination.
Walt Disney
Walt Disney
Comecei hoje o curso de Revisão de Textos.
Durante uns dias não vou escrever, vou rever o que escrevi.
Durante uns dias não vou escrever, vou rever o que escrevi.
Wenn du atmest fühlst du mich?
Eu tinha um aquecedor de pés.
Tinha-o desde sempre.
Queixava-me com frequência da má circulação desenhada nas minhas pernas, nas esféricas formas roxas. De costume, fazia a mezinha da avó. Punha os meus pés em água fria, seguidos de uma massagem. O suficiente para os aquecer. Perdi, com o tempo, a vontade e a noção dessa resolução. No fundo, sentia que havia uma maneira mais absorvente e intensa de os deixar unidos com o resto do corpo.
Facilmente a minha ilação se converteu em verdade. Arrumei a mezinha na gaveta e passei a enroscar-me, entre penas de ganso e almofadas, no corpo quente ao meu lado. Tudo me fascinava. Tudo me perturbava. Esta inconstante querela em mim, fazia-me querer ficar para sempre com o meu aquecedor de pés.
Com a utilização, o aquecedor foi perdendo a sua temperatura. Ao poucos, embora que de início se aquecessem, os dedos dos pés começavam a ganhar como que lascas de gelo, esse tal frio gélido. E, inevitavelmente, de volta, os pés deixavam de me pertencer.
Percebo hoje que os aquecedores de pés avariam com frequência. Também sei que se substituem, são fáceis de encontrar. Só tenho de descobrir um modelo que mantenha a temperatura constante, nem muito quente, nem muito fria, assim-assim, que se adapte perfeitamente à minha necessidade de ter os pés quentinhos. Ainda para mais nos domingos de chuva, de vento e frio.
Esta coisa da efemeridade.
Não é para mim.
Tinha-o desde sempre.
Queixava-me com frequência da má circulação desenhada nas minhas pernas, nas esféricas formas roxas. De costume, fazia a mezinha da avó. Punha os meus pés em água fria, seguidos de uma massagem. O suficiente para os aquecer. Perdi, com o tempo, a vontade e a noção dessa resolução. No fundo, sentia que havia uma maneira mais absorvente e intensa de os deixar unidos com o resto do corpo.
Facilmente a minha ilação se converteu em verdade. Arrumei a mezinha na gaveta e passei a enroscar-me, entre penas de ganso e almofadas, no corpo quente ao meu lado. Tudo me fascinava. Tudo me perturbava. Esta inconstante querela em mim, fazia-me querer ficar para sempre com o meu aquecedor de pés.
Com a utilização, o aquecedor foi perdendo a sua temperatura. Ao poucos, embora que de início se aquecessem, os dedos dos pés começavam a ganhar como que lascas de gelo, esse tal frio gélido. E, inevitavelmente, de volta, os pés deixavam de me pertencer.
Percebo hoje que os aquecedores de pés avariam com frequência. Também sei que se substituem, são fáceis de encontrar. Só tenho de descobrir um modelo que mantenha a temperatura constante, nem muito quente, nem muito fria, assim-assim, que se adapte perfeitamente à minha necessidade de ter os pés quentinhos. Ainda para mais nos domingos de chuva, de vento e frio.
Esta coisa da efemeridade.
Não é para mim.
E pronto, a cabra voltou. Primeiro foi na Primavera na versão palhas deitada. Agora aparece-me armada em mãe Natal. Ninguém merece. Intimissimi, com cartazes assim, só perdes clientes (e convenhamos, ela provoca acidentes).
Eu sou quente tu és frio.
Eu sou franca tu sabes mentir.
Eu escrevo cartas tu atiras-te ao póquer.
Eu danço quando saio tu foges de soslaio.
Tu tens medo eu sou guerreira.
O meu feitiço acaba em enguiço.
E, ainda assim, contigo ao pé de mim.
Eu sou franca tu sabes mentir.
Eu escrevo cartas tu atiras-te ao póquer.
Eu danço quando saio tu foges de soslaio.
Tu tens medo eu sou guerreira.
O meu feitiço acaba em enguiço.
E, ainda assim, contigo ao pé de mim.
Estou cansada. Mesmo cansada.