Finalização artística

17:22

Eles, lá fora cantam - it's not war, just the end of love - eu deste lado oiço-os com atenção. Fazem-me integrar o elenco do videoclip mas numa versão mais autêntica.
A chuva está reaccionária, culpa do Homem que não cuida da Natureza, torna o dia cinzento e a esperança numa réstia de cigarro apagado. Visto um conjunto vintage parecido com a roupa da Cruz Vermelha da minha avó, saio porta fora de galochas enfiadas e enfrento o que se avizinha. Que é nada. Basicamente nada. Neste meu filme musical sou eu apenas a assarapantar de um lado para outro sem nada me preocupar. É que estou a celebrar o fim do amor. Um desses que se apanha como gripe. Digo, ah eu nunca fico doente, e quando dou por mim envolvo-me numa paixão assolapada dividida entre lenços e gotas nasais.
Num desses dias, um milagre pode acontecer. Espetam-me com um remédio santo qualquer e aí sim, terei problemas. Porque de outra forma não sei como terminar o meu projecto para os Manic Street Preachers. Eles dizem mesmo, não é guerra é o fim do amor. Com isso, lido eu bem. Acaba um começa o outro.
Todos vivem sem guerra. Todos sobrevivem ao amor. Mas ninguém vive sem música. E este meu clip, como tudo na vida, tem de ter um final. Nem que seja trágico, atormentado e macabro bem ao estilo de Edgar Allan Poe.
Paradoxalmente, eu não quero que acabe. Se não é guerra é só o fim do amor.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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