Boas memórias, apenas boas memórias

22:49

- Quero ir a Róisín Murphy.
- Olha também eu! Vamos juntas...

Foi este o diálogo. Suficiente para há dois anos, meio estarolas, invadirmos o Coliseu. Dos trabalhos assumidos como Moloko, confesso que já me despertava uma boa dose de curiosidade para ver a artista ao vivo. Assim que soube que ia pisar de novo um palco português, não hesitei.

Ainda hoje, venero o concerto. Não sei se foi pela descontracção com que nos propusemos a ir, sem expectativas, a verdade é que Róisín é fora de vulgar. Uma teatralidade alternativa assumida em palco, uma voz depositada em tom de festa, movimentos paranóicos a que se assemelham a uma dança de rituais, máscaras e guarda-roupa que fazem jus à sua performance... Uma série de composições que tornaram aquele palco num vício impossível de se resistir.
Para além disso, também nunca tinha estado perante um público tão selectivo e apelativo ao mesmo tempo, que adensou ainda mais a qualidade do seu concerto.

Estivesse ou não sob o efeito do ópio, jurei voltar a vê-la. E hoje, quando soube, morri.
Enfim, tinha de palrar sobre o assunto porque me vai incomodar, por excitação, até me cruzar novamente com a diva (a meu entendimento, claro).

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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