Muiticidade nas Maravilhas
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Alice não é para crianças. Pelo menos na versão de Tim Burton. De qualquer maneira, recordar histórias de criança é sempre uma fantasia.
A história de Alice está fiel e ganha pontos pelo argumento divertido e arrojado. Destaco o Chapeleiro, excentricamente interpretado por Johnny Depp que faz jus à peruca que usa, porque dá aquele toque de muiticidade que tanto nos apraz encontrar nos papéis do actor e enriquece os filmes.
E porque as crianças não devem ver este filme?
Porque durante o filme, em uma loucura saudável para a maturidade de um adulto, fala-se em cortar cabeças a torto e a direito; Alice atravessa o rio por cima das cabeças decapitadas; porque se a Rainha cabeçuda-de-Copas não gosta, corta-se a cabeça; o lagarto não pára de fumar e às tantas até ficamos ligeiramente mocados (se é essa a expressão legalmente correcta) e também desejamos cortar cabeças; o Chapeleiro não manda uma para a caixa com tanta insanidade; o mini rato (que é em toda a sua qualidade fêmea mas a palavra no feminino não soa tão bem) tem a mania que é grande e adora arrancar olhos; há um coelho escanzelado e neurótico (aquele que bebe chá) que inevitavelmente destrói qualquer enxoval em três tempos porque atirar loiça à cabeça das que sobram faz-lhe o gosto... Enfim, a não piorar, no meio desta confusão, Alice decapita aquele misto de dinossauro do Parque Jurássico com barata tostada - o mauzão da fita - e o futterwacken (interessantíssima esta palavra) transforma-se no momento mais gratificante ou gracioso de todo o filme dado o seu irrealismo (ou surrealismo?). Portanto não é aconselhável a crianças. Só as que o são de espírito para se deixarem encantar pela perspectiva de Burton a um dos contos mais tradicionais, onde o disparate nos recorda a interminável capacidade de imaginação da nossa mente.
Entretanto, a Rainha de Branco está divinal. Os gesticular constante das mãos entre tamanha brancura dá uma nova cor a Anne Hathaway, que se revela uma excelente actriz.
Um à parte, não fosse eu lady. Quando o Chapeleiro regressa ao seu passado, ou seja, na cena em que conta a Alice o que aconteceu no país das Maravilhas, fica com um cabelo igual ao meu nos dias de chuva. Adorei.E o guarda roupa dela, também. A falar nisso, dava-me imenso jeito um Chapeleiro daqueles, que além de chapéus, óbvio, faz vestidos de princesa em poucos segundos.
Um outro à parte: lembrem-me para nunca mais por os pés no cinema do Saldanha Residence. O atendimento é tremendamente horrendo, desde a bilheteira à entrada da sala em que a priori se limpam os óculos e não se faz barulho na sala.
PS: Não chego com os pés ao chão. Quem me arranja um porco?
A história de Alice está fiel e ganha pontos pelo argumento divertido e arrojado. Destaco o Chapeleiro, excentricamente interpretado por Johnny Depp que faz jus à peruca que usa, porque dá aquele toque de muiticidade que tanto nos apraz encontrar nos papéis do actor e enriquece os filmes.
E porque as crianças não devem ver este filme?
Porque durante o filme, em uma loucura saudável para a maturidade de um adulto, fala-se em cortar cabeças a torto e a direito; Alice atravessa o rio por cima das cabeças decapitadas; porque se a Rainha cabeçuda-de-Copas não gosta, corta-se a cabeça; o lagarto não pára de fumar e às tantas até ficamos ligeiramente mocados (se é essa a expressão legalmente correcta) e também desejamos cortar cabeças; o Chapeleiro não manda uma para a caixa com tanta insanidade; o mini rato (que é em toda a sua qualidade fêmea mas a palavra no feminino não soa tão bem) tem a mania que é grande e adora arrancar olhos; há um coelho escanzelado e neurótico (aquele que bebe chá) que inevitavelmente destrói qualquer enxoval em três tempos porque atirar loiça à cabeça das que sobram faz-lhe o gosto... Enfim, a não piorar, no meio desta confusão, Alice decapita aquele misto de dinossauro do Parque Jurássico com barata tostada - o mauzão da fita - e o futterwacken (interessantíssima esta palavra) transforma-se no momento mais gratificante ou gracioso de todo o filme dado o seu irrealismo (ou surrealismo?). Portanto não é aconselhável a crianças. Só as que o são de espírito para se deixarem encantar pela perspectiva de Burton a um dos contos mais tradicionais, onde o disparate nos recorda a interminável capacidade de imaginação da nossa mente.
Entretanto, a Rainha de Branco está divinal. Os gesticular constante das mãos entre tamanha brancura dá uma nova cor a Anne Hathaway, que se revela uma excelente actriz.
Um à parte, não fosse eu lady. Quando o Chapeleiro regressa ao seu passado, ou seja, na cena em que conta a Alice o que aconteceu no país das Maravilhas, fica com um cabelo igual ao meu nos dias de chuva. Adorei.E o guarda roupa dela, também. A falar nisso, dava-me imenso jeito um Chapeleiro daqueles, que além de chapéus, óbvio, faz vestidos de princesa em poucos segundos.
Um outro à parte: lembrem-me para nunca mais por os pés no cinema do Saldanha Residence. O atendimento é tremendamente horrendo, desde a bilheteira à entrada da sala em que a priori se limpam os óculos e não se faz barulho na sala.
PS: Não chego com os pés ao chão. Quem me arranja um porco?