Bloqueio com fertilidade

17:46

Não sei se foi do excesso de televisão em criança ou de livros na adolescência mas a verdade é que tenho uma imaginação fértil. Tão fértil que até bloqueia quando tento perceber de onde vêm os sons, normalmente a partir da meia-noite, que oiço quando me deito. Vivo no último andar, por cima do meu piso estão as arrecadações, portanto a lógica que é o vizinho de cima em festa não faz sentido.
O que eu oiço é um constante serrar, martelar, passos largos e pesados e com raios, não faço a mais pequena ideia de onde vem tanto ruído. Não me atrevo a ir a meio da noite à arrecadação porque dispenso cruzar-me lá com a criança desaparecida (que por mero acaso aparece no filme REC cheia de raiva - a doença mesmo) e que me puxe pelas pernas tal e qual o final do filme. Não me apetece. E cismo com isto porque o som vem de cima. Há também a teoria que vem do prédio do lado. Ok, parece-me razoável. Intriga-me, no entanto, o porquê do ruído e principalmente por ser todos os dias a partir da mesma hora.
Considerei ainda ter vizinhos carpinteiros que com o seu talento concebem caixões. Claro que tem de ser algo mórbido, só isso é que faz sentido. Também conspirei outro ponto de vista, tenho ao meu lado os realizadores do filme Cubo e têm andado a experimentar novas armas psicadélicas para introduzir na sequela Cubo 3 - A madeira assassina. Pelos ruídos o material só pode ser madeira.
Despejo isto aqui porque ando a bloquear a minha imaginação. Ao escrever as ideias espero libertar espaço na memória e assim refresco o sistema.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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