A culpa é delas. Queixam-se de tanta coisa que me vejo forçada a inventar palavras e teorias na esperança de que alguém um dia me diga, até fazes sentido. Até lá despejo estas irritações e frustrações sentidas pela maioria... Feminina, vá.

Pensando na anatomia do homem sem pecado algum e não se ponham a fantasiar que esse não é o meu objetivo, dizem-me frontalmente que não tem nada a ver com o raio da tartaruga, bicharoco lento que até dói. E eu respondo, com um ar muito ofendido: isso é o que vocês pensam. Os homens também enfiam a carapuça.
Querem ver como? Miúda conhece miúdo. Falam-se, trocam números de telemóvel, e-mails e afins e depois fica-se à espera na toca que toque, apite, emita luzes neon, uma autêntica epifania para que este conhecimento se desenvolva. Depois, com tudo nos conformes, troca de chamadas gratuitas, comentários às fotografias, graçolas e tudo a que se tem direito acontece o inevitável, o homem bicho lento para as questões emocionais não se apercebe que a gaiata já está a ver elefantes cor-de-rosa a sobrevoar a relação (chamemos-lhe assim porque ainda não inventei uma palavra para substituir) e esconde-se na carapaça inatingível. Podia enumerar inúmeros motivos, mas nem os há. É apenas um, medo.
Pelo menos crescemos a pensar assim que quando eles não avançam, quando não nos assumem, quando não dizem o que queremos ouvir é porque têm medo, medo do compromisso. Acho que foi uma boa estratégia de marketing dos homens das cavernas que dura até hoje: caçar não assusta tanto como ficar por perto da mulher. Ficamos sempre com esse pensamento, muito simples mas a meu ver, muito errado. Quando querem, têm.
Vejamos novamente o caso da tartaruga, quando sente que o perigo passou estica a pescoceira e lá vai, atira-se ao mar, ao desconhecido. Até aterrar de novo na areia e se esconder, caso ache necessário. Homem e bicho, é tudo igual. Há que saber lidar com eles no seu respetivo habitat natural...