Essa lógica de ter de perceber. Exagero do racionalismo. Nem tudo é para se perceber, sente-se. Ou bem que te rendes às evidências do que sentes ou mais vale viver enquanto podes, como podes. A planar sobre os sonhos. A construir caminhos ou a interferir nos destinos. Vive como sabes.
Leva-te aos extremos, põe-te à prova, revela quem és. Nos gestos, indigestos. Nas acções, sem vilões. Em branco, a cru e a nu. De qualquer maneira, procura-te.
Aqui ou ali. Onde nasceste ou onde vais padecer. Onde descreves ao pormenor as linhas da tua alma ou os traços largos do teu corpo. Contornos das sombras. Com ou sem alma. Vê-te por dentro como vês o mundo que te rodeia. Não te assemelhes aos outros nem sejas diferente. Encontra o balanço. Saldo positivo.
Ainda assim, pega-me na mão e leva-me a ver o mudo como o vês. Se o fizeres vou sentir o que sentes, sem nunca ter que perceber. É que a razão dá cabo do coração. E sem coração, só te tenho a ti. Vilão.