Capítulo III

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O ar quente da noite de Verão deixava Matilde extasiada. Foi numa dessas noites de vanguarda, entre copos de vinho e vista para o rio, que viu pela primeira vez Santiago. Jovens e livres para o amor. Fitaram-se durante horas a fio, exploraram cada canto das suas feições, memorizaram e catalogaram: quando se sentia envergonhada, Matilde baixava o olhar; quando queria dizer algo mais pessoal, Santiago ajeitava o cabelo que lhe cobria a face.
Um passo levou a outro e quando se aperceberam já se tinham entregue as teias da paixão. Viviam-na intensamente e nenhum dos dois pensava no amanhã. O momento era oportuno para apenas se viver. Simplesmente viver.
Naquela noite ditava-se uma história. O cruzar de duas pessoas que amavam mesmo antes de se conhecerem. Sentiam-no e sabiam-no eterno. Partilharam o mesmo tecto. Ele era escultor. Ela, bailarina. Ele esculpia as curvas deu corpo, enquanto ela dançava. A intensidade que os unia desenhava as suas vidas.
No raiar da manhã na casa de praia, Matilde decide ir ao mercado. A escolher as frutas cruzou-se com uma pessoa cuja imagem não lhe foi indiferente.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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