Topo do mundo

10:55

Eu sei o que me apetecia neste momento. Sei o que dava e não dava para ter o que me apetece, não há nada nesta vida que eu não consiga ter. Não acredito no impossível. Vinco a minha teimosia e levo-a adiante. Sou, talvez só por isso, uma vencedora.
Quando era miúda fartava-me de cair, joelhos sempre negros e cotovelos rasgados. Não chorava porque os meus pais diziam - se cais, levantas-te - e era mesmo isso que fazia. Levantava-me. Olhava ao meu redor a ver que me tinha visto, cobria a cara de vergonha mas novamente me erguia e lá ia eu, a rir. O chão tornou-se num bom aliado, pois era através do mesmo que eu podia voltar a por-me de pé. Nunca lhe bati ou o chinguei. Nunca o culpei. Se caía era pelo excesso de felicidade que me fazia saltitar de um lado para o outro, o problema é que ninguém me avisou que podia cair. E que isso, magoava.
A cicatriz é apenas externa. O excesso delas em mim revelam o meu passado, a minha natureza e a minha capacidade de continuamente de por-me de pé. Que ousem dizer o contrário, estarei no topo do mundo a olhar nos olhos de quem me teme.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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