Carta ao Pai Natal

15:43

Querido Papai Noelle,
Começo por pedir desculpa por falhar tantos anos. Tive muito tempo sem te falar, mas verdade seja dita, desde que me contaram que já não entras nas chaminés porque estás obeso e viajas de jacto privado, a minha consideração por ti foi-se. Acho que me compreendes e como és um porreiro, aceitas este meu cachimbo da paz. Estamos quites.
Posto isto, vou ao que interessa: o meu presente de Natal. Eu sei que o mundo está em crise, é por isso que te escrevo via Internet para não gastarmos papel. Até o Governo já põe as finanças do nosso país numa pen, é por não haver muita finança. Enfim, adiante. Eu percebo isso tudo. E como tal, sei que não posso fazer grandes pedidos. Não quero nada material mas algo que venha com material e que seja materializável - do género, poder descartar quando me fartar. Quero que seja à minha altura intelectual, conteúdo em formato simplex, adaptável a qualquer ambiente e situação, que tenha uma capacidade física que ultrapasse a minha, portátil, que me desafie, ou seja, não seja um presente alienado e quieto, tenha vida própria. Quanto ao design, o mais moderno possível, que se coadune com o meu estilo de vida, apresentável e resistente. Ah, um pequeno detalhe mesmo importante: eu tenho que gostar mesmo deste presente e que o presente também me adore.
Espero que no teu armazém ainda haja algo com estas características em stock. Mas sei que te vou fazer a vida negra por me procurares este presente, é que até hoje também não o achei e já ando nisto há 3650 dias, especialmente enfatizado nos feriados e fins-de-semana.
Um abraço gorducho desta que te quer bem,
S.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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