Nunca fui muito boa em discussões. Nem em memórias. Tenho um chip interino ao qual faço com regularidade limpeza de bastidores. É por isso que nunca me dou por vencida ou vencedora, é mais fácil passar por cima, ignorar. Provavelmente a pessoa com quem mais discuti até hoje foi com a minha irmã: rouba-me roupa do armário, e o meu armário tem um sistema de arrumação, integrado no meu cérebro, noutro chip. Ela tem a mania de pegar nas minhas coisas sem apitar... E o chip dá sinais de vida. Dá tantos sinais que me liga à lixeira de bastidores e faz-me recordas as merdas com que já me pintaram. De todas cores, e o negro por cima. A mancha negra sobressai como o buraco do ozono em noite de inverno. Aquele filho da mãe teve coragem de me trair? Que murro no estômago, arre que me arrancam pedaços de carne viva. Eu dar-lhe-ei uma chapada de luva branca.
Está negra, manchada, tingida. Não sai, não limpa. Merda de nódoa, merda de pessoas que traem. Tiram sem avisar, põem e dispõem nas costas como se nada fosse, gente sem alma, sem pingo de nada, réstia de nada. Vou dar com a luva branca, vai ficar mancha, encardida. E a ele, nem assim, lhe dói. Filho da mãe.
Tenho de arranjar um chip desses para mim.
Está negra, manchada, tingida. Não sai, não limpa. Merda de nódoa, merda de pessoas que traem. Tiram sem avisar, põem e dispõem nas costas como se nada fosse, gente sem alma, sem pingo de nada, réstia de nada. Vou dar com a luva branca, vai ficar mancha, encardida. E a ele, nem assim, lhe dói. Filho da mãe.
Tenho de arranjar um chip desses para mim.