um texto que não encontra título que lhe faça justiça. aos meus amigos.
14:48De súbito, a cada batida, juntou-se mais um. Acho que ainda consigo imitar, ainda que vagamente, a banda sonora escolhida para sintetizar o fim-de-semana, um tanto ou quanto religiosa por culpa do órgão.
Estávamos aleatoriamente deitadas na areia, enquanto eles foram penicar no bar qualquer coisa que amenizasse a porca ressaca da noite de Santo António. Uma celebração épica que abre sempre um novo capítulo. Algures, a meio da noite, separei-me deles. Disse-me o Zé que não fazia mal porque amanhã é praia e continuamos amigos. Nenhum de nós tem dotes de cão de pastor para ordenar o rebanho. Dispersámos entre a Bica e Alfama. E nisto, volto para a praia porque foi lá que nos encontrámos.
Uma pitada disto, uma pitada daquilo. Piadas daqui, seriedade dali. Apanha-se de um lado, leva-se para o outro e peneirando a sorte por cima, tudo sai perfeito. E é-se feliz por tempo indeterminado, porque há quem, apesar de tudo, nos faz sentir bem. Boas energias que fluem no ar, uma convivência eficaz, de amigos unidos pela simples boa vontade da vida. Criam-se laços, desenvolvem-se os enlaços, uns casam outros amassam, e o núcleo persiste e insiste em manter os dias mais longos, mais densos, mais extensos. Que não queremos terminar, que não queremos perder e fazemos de tudo para os agarrar. Nascem amores, morrem sonhos, erguem-se pilares e no final do dia, estamos todos ali...
(e por motivos de privacidade não ponho aqui a nossa fotografia da praia. Momentos épicos. Obrigada.)