Saltimbanco
21:49Tenho os pés em formigueiro mas com veemência suficiente para me fazer andar por cima de nuvens que dançam ao som do sol. A luz dourada. Cavalgo por cima do mundo, um painel sem fundo apenas com direito a este flutuar constante. Deixo-me rebolar. Nesta andança alcanço o céu de braços estendidos sem precisar de pedir. Sorri-me a leviandade da vida sem condenação, puro estado de espírito. Liberto-me de preconceitos e vou sem orientação, neste trapézio equatorial. Debruço-me no parapeito do universo e em verso peço,
Guia-me
Perde-me
Acha-me
Mas nunca te desfaças
Da lembrança, minha, tão tua
Nua.