É o que penso, que o lado bom sai. No entanto, tenho para mim que não podemos menosprezar a arte de podar.
Assim como o bonsai precisa de um cuidado diário, também ele precisa. Há que podar determinadas partes da sua personalidade para renascerem novas folhas. Bastante fácil. O problema é se damos cortes nas áreas indevidas e o desgraçado seca. Ficamos com um ar, como se diz, estúpido vá, a tentar reanimar algo em vão.
Sempre que podamos, alimentamos uma parte da sua pessoa que realmente interessa, que tentamos que sobressaia muito mais e tem tanta piada ver as folhas a renascer mais verdes mais vigorosas e vibrantes... Não conseguem imaginar?
Também não e nem eu própria chego a lado algum com a arte da podagem (se é que existe esta palavra caso contrário acabei de inventar uma). Sempre que o tentei fazer, houve secura total! Portanto, nem consigo comprovar esta minha tese. Que podaria que para aqui vai...
Assim como o bonsai precisa de um cuidado diário, também ele precisa. Há que podar determinadas partes da sua personalidade para renascerem novas folhas. Bastante fácil. O problema é se damos cortes nas áreas indevidas e o desgraçado seca. Ficamos com um ar, como se diz, estúpido vá, a tentar reanimar algo em vão.
Sempre que podamos, alimentamos uma parte da sua pessoa que realmente interessa, que tentamos que sobressaia muito mais e tem tanta piada ver as folhas a renascer mais verdes mais vigorosas e vibrantes... Não conseguem imaginar?
Também não e nem eu própria chego a lado algum com a arte da podagem (se é que existe esta palavra caso contrário acabei de inventar uma). Sempre que o tentei fazer, houve secura total! Portanto, nem consigo comprovar esta minha tese. Que podaria que para aqui vai...
Foi um acidente. Quando deram por isso já não havia muito a fazer. Quis impor a minha presença e nem pedi autorização a ninguém, simplesmente apareci. Decidida a ficar. Mal se tinham acostumado à ideia de terem uma, quanto mais duas. Assim foi, após uns meses de incubação lá vim. Gorda e rosada, chorosa também.
Depois tudo o que me recordo são os momentos altos: ser demasiado bicho do mato, não querer ir para o infantário, ter a minha bicicleta cor-de-rosa, brincar na maioria do tempo sozinha, ver o meu boneco no topo da estante que ficava ao lado do beliche que dividia com a minha irmã e não ter a coragem de o ir buscar, de me atirar para a neve com mais centímetros do que eu, de fazer parte do Blau Ring, desfilar nas paradas da minha pequena vila, de ir para a piscina no carro da minha avó com pelo menos 8 miúdos lá dentro, a primeira perda na vida, das aulas de natação, o meu aparelho que usei graciosamente durante seis anos, as constantes mudanças de casa, da minha caminhada até à praia de Carcavelos a cantar Hey Michelle, de comer gelados e falar com os miúdos das pranchas, as primeiras saídas até à meia-noite para ir para a Rua, as restantes saídas em festas e eventos organizados por amigos, os primeiros amores e o primeiro beijo, o 12º ano e a viagem a Lloret, a entrada a pé juntos na Universidade, os primeiros trabalhos e o primeiro emprego no mundo real, a partida da minha irmã para o estrangeiro e do meu pai também e a constante busca de me sentir completa.
9131 dias depois ainda sorrio da mesma forma, ganhei caracóis de borla durante a puberdade, os olhos ficaram para o lado dos tons das azeitonas, perdi altura graças à coluna torta, tornei-me numa fã incondicional do esqui aquático, falo o que sinto, sinto o que escrevo, aprecio vinho e livros e jamais deixo de sonhar com um dia melhor. Mas o melhor mesmo é agradecer por me trazerem ao mundo, suportar todo este amor que nos une como família, sermos inseparáveis por mais quilómetros que se coloquem entre nós, acreditar sempre, de novo, que um dia vai ser melhor.
Amanhã, é o meu dia. O dia melhor!
Depois tudo o que me recordo são os momentos altos: ser demasiado bicho do mato, não querer ir para o infantário, ter a minha bicicleta cor-de-rosa, brincar na maioria do tempo sozinha, ver o meu boneco no topo da estante que ficava ao lado do beliche que dividia com a minha irmã e não ter a coragem de o ir buscar, de me atirar para a neve com mais centímetros do que eu, de fazer parte do Blau Ring, desfilar nas paradas da minha pequena vila, de ir para a piscina no carro da minha avó com pelo menos 8 miúdos lá dentro, a primeira perda na vida, das aulas de natação, o meu aparelho que usei graciosamente durante seis anos, as constantes mudanças de casa, da minha caminhada até à praia de Carcavelos a cantar Hey Michelle, de comer gelados e falar com os miúdos das pranchas, as primeiras saídas até à meia-noite para ir para a Rua, as restantes saídas em festas e eventos organizados por amigos, os primeiros amores e o primeiro beijo, o 12º ano e a viagem a Lloret, a entrada a pé juntos na Universidade, os primeiros trabalhos e o primeiro emprego no mundo real, a partida da minha irmã para o estrangeiro e do meu pai também e a constante busca de me sentir completa.
9131 dias depois ainda sorrio da mesma forma, ganhei caracóis de borla durante a puberdade, os olhos ficaram para o lado dos tons das azeitonas, perdi altura graças à coluna torta, tornei-me numa fã incondicional do esqui aquático, falo o que sinto, sinto o que escrevo, aprecio vinho e livros e jamais deixo de sonhar com um dia melhor. Mas o melhor mesmo é agradecer por me trazerem ao mundo, suportar todo este amor que nos une como família, sermos inseparáveis por mais quilómetros que se coloquem entre nós, acreditar sempre, de novo, que um dia vai ser melhor.
Amanhã, é o meu dia. O dia melhor!
26.
Era o que terias, se voltássemos atrás e tivéssemos a capacidade de alterar o curso da vida. Terias mais idade, mas a tua genuinidade e humor seriam o mesmo. Pelo menos, é isso que imagino. Tento recriar uma imagem na minha cabeça, envelhecer o teu rosto, apostar nos caracóis sempre demasiado curtos para não te irritares. Certamente, serias como o Daniel. Certamente.
E cada vez que eu chegaria a casa, irias com uma voz mais rouca cantar "Existem mulheres que são uma beleza /Mas quando abrem a boca, hum, que tristeza! Lôra Burra"... retribuiria com uma gargalhada, daquelas que me ensinaste a dar.
Fizemos o primeiro programa de rádio juntos. Ainda tenho a k7 religiosamente guardada. É o meu maior tesouro, porque na altura não havia youtubes para perpetuar momentos. É a única coisa que me faz matar saudades, e ao mesmo tempo, morrer ainda mais um bocadinho por sentir tanto a tua falta. Mas é o que me deixaste. Isso tudo e uma enorme vontade de sempre continuar a viver. Pediste para não ir. Eu sei. E peço desculpa, nada pude fazer para o evitar.
Serias um exímio fã de hip-hop. Serias sempre bem-disposto. Serias um viajante entre Lisboa e Luanda. Serias muito mais. Mas não chegaste a ser. Ficaste num passado distante, mas ainda hoje recordo as datas.
A da alegria e a da mágoa.
Às 16h10.
Nem mais, nem menos.
Até já, HLK :)
Era o que terias, se voltássemos atrás e tivéssemos a capacidade de alterar o curso da vida. Terias mais idade, mas a tua genuinidade e humor seriam o mesmo. Pelo menos, é isso que imagino. Tento recriar uma imagem na minha cabeça, envelhecer o teu rosto, apostar nos caracóis sempre demasiado curtos para não te irritares. Certamente, serias como o Daniel. Certamente.
E cada vez que eu chegaria a casa, irias com uma voz mais rouca cantar "Existem mulheres que são uma beleza /Mas quando abrem a boca, hum, que tristeza! Lôra Burra"... retribuiria com uma gargalhada, daquelas que me ensinaste a dar.
Fizemos o primeiro programa de rádio juntos. Ainda tenho a k7 religiosamente guardada. É o meu maior tesouro, porque na altura não havia youtubes para perpetuar momentos. É a única coisa que me faz matar saudades, e ao mesmo tempo, morrer ainda mais um bocadinho por sentir tanto a tua falta. Mas é o que me deixaste. Isso tudo e uma enorme vontade de sempre continuar a viver. Pediste para não ir. Eu sei. E peço desculpa, nada pude fazer para o evitar.
Serias um exímio fã de hip-hop. Serias sempre bem-disposto. Serias um viajante entre Lisboa e Luanda. Serias muito mais. Mas não chegaste a ser. Ficaste num passado distante, mas ainda hoje recordo as datas.
A da alegria e a da mágoa.
Às 16h10.
Nem mais, nem menos.
Até já, HLK :)
Gosto. E quando calha a uma sexta, é sorte a dobrar. Não estou a ser irónica.
É certa e sabida a urticária que a tese de Darwin provocou no séc. XIX. É esse o meu ponto de partida. Depois de anos a fio em observação e através de úteis anotações consegui finalmente reunir um conteúdo igualmente explosivo. O que peço aqui é que se livrem dos preconceitos e mergulhem nesta tese de cabeça.
Durante anos viajei com um cadernito e uma lapiseira. Fui andando por aí e por ali, espreitando por uma porta e por outra. A minha convivência diversificada de gente fez-me questionar a evolução das espécies, já com uma base muito bem sustentada por Darwin, e que me levou a ditar este conceito de seleção virtual.
Para vos colocar a par, a seleção natural diz que há características hereditárias que são mais comuns numa população enquanto que outras, prejudiciais, são evidentemente mais raras. Isto porque o que é vantajoso tem uma maior capacidade de reprodução portanto sobressai nas próximas gerações. Como é muito simples, também se torna simples explicar o fato de andarmos em constante evolução, especialmente no que diz respeito às relações humanas.
Somos amigos do mundo inteiro à distância de um clique. Os nosso pais e avós foram testemunhas e pioneiros a usar as primeiras tecnologias. Tudo o que se passa nos dias de hoje se deve, impreterivelmente, ao nosso passado. Os bons genes foram tão bons que agora para criar laços de relacionamentos basta vir à Internet.
Vê-se uma pessoa na rua. Conhecemos uma amiga ou amigo. Vamos às páginas pessoais sejam no Facebook ou Hi5 desse amigo e procuramos incansavelmente pela pessoa que queremos. Pronto, já está. Amigo fresquinho acabadinho de fazer só porque o adicionamos numa página virtual. Nasce assim a obrigação de uma amizade feita por seleção natural porque se escolhe a dedo quem se quer conhecer. Presumo aqui que se destaca o bom gene, para alguém ter a honra de ter mais uma amizade na vasta listagem...
Depois é um espetáculo nunca antes visto. Falam-se virtualmente, conhecem-se virtualmente, idealizam-se, constroem a pessoa baseada apenas nas fotografias e comentários alheios e depois, e só depois é que se conhecem pessoalmente. Quando isto acontece já existe um enorme histórico que vai ditar com bastante previsão a durabilidade da relação e o teor da mesma.
Se ficarem amigos hão de passar algum tempo da sua vida a enviar bitates nas páginas pessoais caso contrário são automaticamente excluídas. Logo, são os genes prejudiciais que não conseguiram subsistir. E quem fica, evolui por força da Natureza. Um predador nato que soube tirar partido do lado bonzinho porque o que interessa está a olho visto e isso contribui para a reprodução mais que perfeita da nossa espécie. Com esta é que Darwin não contava.
Durante anos viajei com um cadernito e uma lapiseira. Fui andando por aí e por ali, espreitando por uma porta e por outra. A minha convivência diversificada de gente fez-me questionar a evolução das espécies, já com uma base muito bem sustentada por Darwin, e que me levou a ditar este conceito de seleção virtual.
Para vos colocar a par, a seleção natural diz que há características hereditárias que são mais comuns numa população enquanto que outras, prejudiciais, são evidentemente mais raras. Isto porque o que é vantajoso tem uma maior capacidade de reprodução portanto sobressai nas próximas gerações. Como é muito simples, também se torna simples explicar o fato de andarmos em constante evolução, especialmente no que diz respeito às relações humanas.
Somos amigos do mundo inteiro à distância de um clique. Os nosso pais e avós foram testemunhas e pioneiros a usar as primeiras tecnologias. Tudo o que se passa nos dias de hoje se deve, impreterivelmente, ao nosso passado. Os bons genes foram tão bons que agora para criar laços de relacionamentos basta vir à Internet.
Vê-se uma pessoa na rua. Conhecemos uma amiga ou amigo. Vamos às páginas pessoais sejam no Facebook ou Hi5 desse amigo e procuramos incansavelmente pela pessoa que queremos. Pronto, já está. Amigo fresquinho acabadinho de fazer só porque o adicionamos numa página virtual. Nasce assim a obrigação de uma amizade feita por seleção natural porque se escolhe a dedo quem se quer conhecer. Presumo aqui que se destaca o bom gene, para alguém ter a honra de ter mais uma amizade na vasta listagem...
Depois é um espetáculo nunca antes visto. Falam-se virtualmente, conhecem-se virtualmente, idealizam-se, constroem a pessoa baseada apenas nas fotografias e comentários alheios e depois, e só depois é que se conhecem pessoalmente. Quando isto acontece já existe um enorme histórico que vai ditar com bastante previsão a durabilidade da relação e o teor da mesma.
Se ficarem amigos hão de passar algum tempo da sua vida a enviar bitates nas páginas pessoais caso contrário são automaticamente excluídas. Logo, são os genes prejudiciais que não conseguiram subsistir. E quem fica, evolui por força da Natureza. Um predador nato que soube tirar partido do lado bonzinho porque o que interessa está a olho visto e isso contribui para a reprodução mais que perfeita da nossa espécie. Com esta é que Darwin não contava.
Eu sei o que me apetecia neste momento. Sei o que dava e não dava para ter o que me apetece, não há nada nesta vida que eu não consiga ter. Não acredito no impossível. Vinco a minha teimosia e levo-a adiante. Sou, talvez só por isso, uma vencedora.
Quando era miúda fartava-me de cair, joelhos sempre negros e cotovelos rasgados. Não chorava porque os meus pais diziam - se cais, levantas-te - e era mesmo isso que fazia. Levantava-me. Olhava ao meu redor a ver que me tinha visto, cobria a cara de vergonha mas novamente me erguia e lá ia eu, a rir. O chão tornou-se num bom aliado, pois era através do mesmo que eu podia voltar a por-me de pé. Nunca lhe bati ou o chinguei. Nunca o culpei. Se caía era pelo excesso de felicidade que me fazia saltitar de um lado para o outro, o problema é que ninguém me avisou que podia cair. E que isso, magoava.
A cicatriz é apenas externa. O excesso delas em mim revelam o meu passado, a minha natureza e a minha capacidade de continuamente de por-me de pé. Que ousem dizer o contrário, estarei no topo do mundo a olhar nos olhos de quem me teme.
Quando era miúda fartava-me de cair, joelhos sempre negros e cotovelos rasgados. Não chorava porque os meus pais diziam - se cais, levantas-te - e era mesmo isso que fazia. Levantava-me. Olhava ao meu redor a ver que me tinha visto, cobria a cara de vergonha mas novamente me erguia e lá ia eu, a rir. O chão tornou-se num bom aliado, pois era através do mesmo que eu podia voltar a por-me de pé. Nunca lhe bati ou o chinguei. Nunca o culpei. Se caía era pelo excesso de felicidade que me fazia saltitar de um lado para o outro, o problema é que ninguém me avisou que podia cair. E que isso, magoava.
A cicatriz é apenas externa. O excesso delas em mim revelam o meu passado, a minha natureza e a minha capacidade de continuamente de por-me de pé. Que ousem dizer o contrário, estarei no topo do mundo a olhar nos olhos de quem me teme.
Com Scolari a sair.
You cool your bed-warm hands down
On the broken radiator,
And when you laid them freezin' on me,
A mumble can you wake me later.
But I don't really want you to stop,
And you know it so it doesn't stop you,
And run your hands from my neck to my chest.
Crack the shutters open wide I want to bathe you in the light of day,
And just watch you as the rays tangle up around you face and body.
I could sit for hours finding new ways to be odd each minute,
Cause the daylight seems to want you just as much as I want you.
It's been minutes it's been days.
It's been all I will remember,
Happy lost in your hair
And the cold side of the pillow.
Your hills and valleys,
Are mapped by my intrepid fingers;
And in a naked slumber, I dream of this again.
Crack the shutters open wide I want to bathe you in the light of day,
And just watch you as the rays tangle up around you face and body.
I could sit for hours finding new ways to be odd each minute,
Cause the daylight seems to want you just as much as I want you.
Crack the shutters open wide I want to bathe you in the light of day,
And just watch you as the rays tangle up around you face and body.
I could sit for hours finding new ways to be odd each minute,
Cause the daylight seems to want you just as much as I want you
Snow Patrol
On the broken radiator,
And when you laid them freezin' on me,
A mumble can you wake me later.
But I don't really want you to stop,
And you know it so it doesn't stop you,
And run your hands from my neck to my chest.
Crack the shutters open wide I want to bathe you in the light of day,
And just watch you as the rays tangle up around you face and body.
I could sit for hours finding new ways to be odd each minute,
Cause the daylight seems to want you just as much as I want you.
It's been minutes it's been days.
It's been all I will remember,
Happy lost in your hair
And the cold side of the pillow.
Your hills and valleys,
Are mapped by my intrepid fingers;
And in a naked slumber, I dream of this again.
Crack the shutters open wide I want to bathe you in the light of day,
And just watch you as the rays tangle up around you face and body.
I could sit for hours finding new ways to be odd each minute,
Cause the daylight seems to want you just as much as I want you.
Crack the shutters open wide I want to bathe you in the light of day,
And just watch you as the rays tangle up around you face and body.
I could sit for hours finding new ways to be odd each minute,
Cause the daylight seems to want you just as much as I want you
Snow Patrol
O que significa ainda estou para perceber. Sim, traduzir é fácil agora o contexto em que devo aplicar tamanha citação é que me dificulta a vida.
Quando é que temos de ter a audácia de ver logo à primeira que ele não está interessado? Ora, será que isto não se aplica somente a pessoas preguiçosas?
Corre na minha educação e maneira de estar na vida, que temos de lutar pelo que queremos. Concordo plenamente com isto. No entanto, pertencendo a uma sociedade que se influencia pelos padrões de outras culturas, devido a um olhar global sobre as coisas, certos conceitos vão-se perdendo. Daí que no cinema e livrarias surjam histórias como o Sexo e a Cidade, He's just not that into you e outras versões banais sobre o amor que acabam por se aplicar na nossa vida diária. Isto traduz-se na nulidade do esforço para se gostar de alguém.
Se um primeiro encontro não corre assim tão bem, porque não dar uma segunda oportunidade? Porque consideramos logo que vai ser uma perda de tempo, porque a oferta é muita, há sempre alguém melhor, mesmo que tão cedo não apareça. Mas pode. Porque não nos esforçamos igualmente já que do outro lado estão a fazê-lo para se darem a conhecer, inseguros, com receio de falharem mais. Porque se não há click à primeira, se desiste?
É tudo uma questão científica - os corpos não tiveram faíscas e química - por isso não vale a pena tentar conhecer? Desde quando se pôs de parte o lado sensível e só se dá importância à razão?
Tudo é supérfluo agora com esta mania irritante de se viver à pressa porque o tempo urge. Culpa de exemplos mal dados que seguimos. Culpa do atropelo de culturas ocidentais que se tentam impor quando as nossas bases são tradicionais.
Modernização nas relações? Certo. É mais fácil desistir do que lutar. Já não há discussões, conquistas diárias... O mínimo de barulho espanta o pardal.
Quando é que temos de ter a audácia de ver logo à primeira que ele não está interessado? Ora, será que isto não se aplica somente a pessoas preguiçosas?
Corre na minha educação e maneira de estar na vida, que temos de lutar pelo que queremos. Concordo plenamente com isto. No entanto, pertencendo a uma sociedade que se influencia pelos padrões de outras culturas, devido a um olhar global sobre as coisas, certos conceitos vão-se perdendo. Daí que no cinema e livrarias surjam histórias como o Sexo e a Cidade, He's just not that into you e outras versões banais sobre o amor que acabam por se aplicar na nossa vida diária. Isto traduz-se na nulidade do esforço para se gostar de alguém.
Se um primeiro encontro não corre assim tão bem, porque não dar uma segunda oportunidade? Porque consideramos logo que vai ser uma perda de tempo, porque a oferta é muita, há sempre alguém melhor, mesmo que tão cedo não apareça. Mas pode. Porque não nos esforçamos igualmente já que do outro lado estão a fazê-lo para se darem a conhecer, inseguros, com receio de falharem mais. Porque se não há click à primeira, se desiste?
É tudo uma questão científica - os corpos não tiveram faíscas e química - por isso não vale a pena tentar conhecer? Desde quando se pôs de parte o lado sensível e só se dá importância à razão?
Tudo é supérfluo agora com esta mania irritante de se viver à pressa porque o tempo urge. Culpa de exemplos mal dados que seguimos. Culpa do atropelo de culturas ocidentais que se tentam impor quando as nossas bases são tradicionais.
Modernização nas relações? Certo. É mais fácil desistir do que lutar. Já não há discussões, conquistas diárias... O mínimo de barulho espanta o pardal.
O ar quente da noite de Verão deixava Matilde extasiada. Foi numa dessas noites de vanguarda, entre copos de vinho e vista para o rio, que viu pela primeira vez Santiago. Jovens e livres para o amor. Fitaram-se durante horas a fio, exploraram cada canto das suas feições, memorizaram e catalogaram: quando se sentia envergonhada, Matilde baixava o olhar; quando queria dizer algo mais pessoal, Santiago ajeitava o cabelo que lhe cobria a face.
Um passo levou a outro e quando se aperceberam já se tinham entregue as teias da paixão. Viviam-na intensamente e nenhum dos dois pensava no amanhã. O momento era oportuno para apenas se viver. Simplesmente viver.
Naquela noite ditava-se uma história. O cruzar de duas pessoas que amavam mesmo antes de se conhecerem. Sentiam-no e sabiam-no eterno. Partilharam o mesmo tecto. Ele era escultor. Ela, bailarina. Ele esculpia as curvas deu corpo, enquanto ela dançava. A intensidade que os unia desenhava as suas vidas.
No raiar da manhã na casa de praia, Matilde decide ir ao mercado. A escolher as frutas cruzou-se com uma pessoa cuja imagem não lhe foi indiferente.
Um passo levou a outro e quando se aperceberam já se tinham entregue as teias da paixão. Viviam-na intensamente e nenhum dos dois pensava no amanhã. O momento era oportuno para apenas se viver. Simplesmente viver.
Naquela noite ditava-se uma história. O cruzar de duas pessoas que amavam mesmo antes de se conhecerem. Sentiam-no e sabiam-no eterno. Partilharam o mesmo tecto. Ele era escultor. Ela, bailarina. Ele esculpia as curvas deu corpo, enquanto ela dançava. A intensidade que os unia desenhava as suas vidas.
No raiar da manhã na casa de praia, Matilde decide ir ao mercado. A escolher as frutas cruzou-se com uma pessoa cuja imagem não lhe foi indiferente.