Desaparecidos em combate

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Se fosse há uns bons anos atrás, seria lógico pensar assim: partiu para guerra, partiu-me o coração, partiu e não voltou mais. Amores correspondidos por carta, uma esperança vã de voltar um dia, para amar, casar, ter um lar e viver feliz. Morreram em combate, arma em punho, no meio do sofrimento e de coração quente a pensar em nós.
Hoje, também desaparecem em combate. Vão ali e não voltam mais. Deixamos de saber onde estão, se estão bem, se voltam, se vão voltar a falar... Simplesmente vão. E este combate é muito mais duro do que ir para as trincheiras: trata-se de vencer no mercado dos engates e a saída mais fácil é ir e não voltar.
E nós, fêmeas encantadas por esse amor arrebatador, ficamos partidas. Com a partida. Sem explicação. Na verdade, sabemos a causa do desaparecimento. Mas não aceitamos. Nada pode ser tão cruel como a pessoa que nos evita, que nos despreza, que nos faz sofrer. A pessoa a quem entregámos deliberadamente o nosso coração.

- Onde vais?
- Vou comprar tabaco. Já volto!

Não havia tabaco nessa loja... Teve que ir mais longe e como não usa nem as estrelas muito menos o GPS para decifrar caminhos, não volta. Descobre um novo. Que não o regresso até nós.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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