Vendo a informação: sei onde paira Anthony Bourdain.
O pior é que sei mesmo. Mas deve ser como os segredos de justiça... Alguém acaba sempre por saber.
O pior é que sei mesmo. Mas deve ser como os segredos de justiça... Alguém acaba sempre por saber.
Morder o isco? Será que mordo o isco? E qual o isco que vou morder? Sinto-me um peixe a rodopiar aquele pedacinho de isco, ali mesmo ao meu alcance. A água até pode estar turva, mas vejo bem o pequeno isco saltitante, naquele fino engenho que me vai espetar e agarrar. Depois de morder o isco, sou levada.
Fazer morder o isco não é tarefa fácil. Comprovei hoje, a propósito de trabalho. Depois ainda me apercebi de mais, é que esta área da comunicação é só fazer morder o isco para sair na página de jornal ou sítio de Internet. Uma avalanche, um desenrolar de interesse que se perpetua pelo mundo fora. Agora complicado é fazer morder o isco. Ainda que o oceano seja imenso, há iscos com fartura. Por que hão-de morder o meu?
Tão mais divertido quando sou jornalista. É só morder, sem estratégias.
Salvem o meu espírito.
Fomos seis em campo, três das quais estiveram no banco e uma jogou contra duas. A minoria venceu e as bifanas estavam mesmo boas. Ao gritar golo furei o chão com os saltos, as lagartas engoliram em seco e continuamos a conversa sobre naperons e bebés.
Percorrem-me as notas numa profunda sonolência. Sinto o corpo a cair ao de leve por cima do feno seco colhido pelo caseiro. Lá ao fundo, as nuvens dançantes. Oiço os cânticos índigos, vozes suaves que saltitam entre pequenas personagens florestais. Levanto-me e pego nas folhas secas, as outras racham à minha ténue passagem. Fragmentam-se e entregam-se de volta à mãe natureza.
Puxa-me a mão e guia-me. Diz-me para me deixar ir pelo rio abaixo, por essa água que contorna os vazios das pedras frias e cinzentas, submersas. Vou atrás, de sorriso tímido. Os peixes reluzem, até demais. O meu corpo vagueia pelo mundo, desprendido de emoções negras, apenas um estado líquido de felicidade. A culpa é dele, só pode ser dele. Porque me faz ver fadas e duendes, castelos.
Puxa-me a mão e guia-me. Diz-me para me deixar ir pelo rio abaixo, por essa água que contorna os vazios das pedras frias e cinzentas, submersas. Vou atrás, de sorriso tímido. Os peixes reluzem, até demais. O meu corpo vagueia pelo mundo, desprendido de emoções negras, apenas um estado líquido de felicidade. A culpa é dele, só pode ser dele. Porque me faz ver fadas e duendes, castelos.
O que está mais do que visto: a moda das galochas ou o direito à greve?
Faz 20 anos, amanhã. Tinha acabado de me mudar para Portugal e pela primeira vez apercebi-me da sigla SIDA. Estava no carro, e oiço a notícia de que Freddie Mercury tinha falecido, aos 45 vítima de SIDA. Por essa altura, automaticamente, e durante anos, associava a doença aos homossexuais. Era uma doença que se transmitia entre homens, sangue, sexo, gillettes, escovas de dentes e que matava. Dois anos mais tarde, Tom Hanks, interpreta de forma soberba o papel de um homossexual despedido por ter contraído o vírus. A partir daí, consciencializei-me. Percebi que é uma doença além etnias ou géneros.
Freddie Mercury perguntou quem quer viver para sempre. Não sei se ele quis, mas ficou para a história. Outra forma de viver, eternamente.
Freddie Mercury perguntou quem quer viver para sempre. Não sei se ele quis, mas ficou para a história. Outra forma de viver, eternamente.
suspirar - Conjugar
v. intr. v. tr.
1. Lamentar-se gemendo.
2. Dar suspiros.
3. [Figurado] Soprar brandamente, murmurar.
4. Exprimir por meio de suspiros.
5. Dizer suspirando.
6. Desejar, ter saudades de.
suspirar por: desejar, ambicionar.
Estar enamorado de.
Intrigante a quantidade de vezes que se suspira neste escritório. Acto ou efeito de trabalhar?
Que grito de dor. Vejo partes, em toda a parte. Pedaços, fragmentos em cada estranho que passa por mim. Choro agoniada, grito e chamo mas não te tornas, não olhas, não és tu. Para onde vou, com quem me cruzo, nunca és tu. Vejo-te alegre pelo corredor da minha casa. Tens o Tomás ao colo, não te abandona por um segundo. Saio para a rua, para ver se esqueço, se arejo as ideias, mas nada resulta. Vejo-te nos rostos dos outros, nos olhares perdidos no metro, a descer as escadas rolantes. A tua roupa está nos estranhos. A tua voz na memória. Oiço-te à distância. O tempo cura, só saudade é que não passa.
Vilipendiadar.
Sempre tive muita energia, não sou dada a preguiças. Não durmo horas desnecessárias nem tão pouco me enterro tardes inteiras num sofá a ver filmes rotativos na nossa televisão nacional. Eis que tive a brilhante ideia, depois de muita argumentação interina pois iria hoje usar saltos, de me enfiar numa aula intitulada MIL, treino militar. Mesmo. Recruta? Não é para mim, agora responder às perguntas da Sábado como aos jovens universitários do nosso país, já é mais a minha praia. Se fosse obrigatória a tropa, acredito que ninguém se esquecia das lições.
Apesar do cansaço evidente que se apodera do meu pequeno corpo, sinto-me tão bem após esta aula de mochila e armas às costas, com cerca de 6kg, a saltar lagos, a correr, a agachar, a fazer flexões, a malhar ainda mais por causa dos erros e atrasos dos outros. Oh mundo injusto.
Tenho fome, bom almoço.
Apesar do cansaço evidente que se apodera do meu pequeno corpo, sinto-me tão bem após esta aula de mochila e armas às costas, com cerca de 6kg, a saltar lagos, a correr, a agachar, a fazer flexões, a malhar ainda mais por causa dos erros e atrasos dos outros. Oh mundo injusto.
Tenho fome, bom almoço.
Como eu gosto destas campanhas. Sem comentários.
Olá senhores do turismo de Marrocos.
Como estão?
Tenho visto os vossos cartazes publicitários, e fiquei intrigada: se vos visitar consigo dar de caras com a presente espécie?
Como estão?
Tenho visto os vossos cartazes publicitários, e fiquei intrigada: se vos visitar consigo dar de caras com a presente espécie?
É que na minha terra encontra-se em vias de extinção. Gostava de ainda, nesta vida se possível, de ter um exemplar.
Qualquer novidade, estou inteiramente à disposição para ir recolher o produto. Caso este também já tenha desaparecido, há uma outra espécie, que gosta de escavações e antiguidades, que facilmente pode ser recrutado para a minha vida.
Atenciosamente,
SM
Correm rumores que somos um país de infelizes. Não de tristes, mas infelizes. Dizem ainda que a Dinamarca é o país europeu que proporciona maior felicidade diária. A Coca-Cola criou o Instituto da Felicidade. Ora, se esse instituto for na Dinamarca é para lá que vou viver. Porque eu quero é ser feliz... É que já não se aguenta este marasmo da crise.
Passar a tarde enfiada num spa de água, enquanto o mundo desaba lá fora.
Só passei aqui para dizer olá. Tenho saudades de dizer olá. Aqui ninguém me diz olá. É triste.
E eu até que sou toda dada aos olás, aqui ninguém me diz. Acho que vou começar a dizer olá à velhota ali ao pé da passadeira perto da casota dos CTT. Saudades do senhor do olá a quem todos diziam adeus.
E eu até que sou toda dada aos olás, aqui ninguém me diz. Acho que vou começar a dizer olá à velhota ali ao pé da passadeira perto da casota dos CTT. Saudades do senhor do olá a quem todos diziam adeus.
Trabalhar longe de casa é uma odisseia. O meu dia-a-dia tem de ser uma aventura. Quando calço as minhas botas e ponho o meu faro Tintim a funcionar, estou sempre atenta a um novo desenrolar.
E mal saio de casa, a aventura estende-se aos meus pés, ou à linha de comboio se preferirem. E à linha do metro. E à linha que não chega a parte alguma. Como eu gosto de correr contra o tempo e perder tempo para chegar tão longe de casa. Ao fim do dia, repetem-se os esquemas. Uma emoção, mas o Tintim acabava sempre por resolver o drama. Eu só indo a pé para a Expo.
E mal saio de casa, a aventura estende-se aos meus pés, ou à linha de comboio se preferirem. E à linha do metro. E à linha que não chega a parte alguma. Como eu gosto de correr contra o tempo e perder tempo para chegar tão longe de casa. Ao fim do dia, repetem-se os esquemas. Uma emoção, mas o Tintim acabava sempre por resolver o drama. Eu só indo a pé para a Expo.
Finalmente o Ronaldo tem o par das botas de ouro. Já as pode calçar...