People Crossing

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Fico com cara de hipérbole personificada quando me deparo perante estrondosas analogias. Eis o génio da lâmpada que se apresentou na minha vida e me disse: tens uma ideia brilhante por partilhar.
Ora que tal sou arrojada o suficiente para vos por a par de um conceito praticado mas pouco teorizado, uma modalidade social desportivo-urbana dos dias de hoje. Estou, obviamente, a divagar sobre People Crossing.
Mas que grande estapafúrdia que inventaste, é o teu primeiro pensamento. Depois até interligas aí as células, impões o oxigénio, o sangue circula e por fim a massa cinzenta começa a dar-me razão.
Se há algo inato à humanidade, são as relações humanas. Não importa a sua natureza e estruturação, simplesmente fazem parte daquilo que nos constrói um pouco mais inteligentes que os restantes seres vivos. E superficialidade da nossa inteligência é tal que menosprezamos com quem nos relacionamos. People Crossing advém do conceito Book Crossing, um serviço gratuito que permite partilhar um livro. Se é algo puramente lírico e perfeito, deve ser divido entre nós. Basta adquirir esse tal livro, ler, usufruir e depois libertar por esse mundo fora, estrategicamente colocado para alguém pegar e dar o mesmo roteiro ao funesto.
Creio que a alusão já vos colocou perante o ponto fulcral da questão. Somos objectos de partilha. Não há sentimentos complexos, apenas instintos primários que nos impulsionam sem consequências neste abrir mão de alguém. Confesso sentir alguma beleza e encanto nesta capacidade de libertação. Tem o seu quê de magia. Mas em simultâneo, transforma-nos em pedaços descartáveis, pequenos nadas no meio da multidão. Depois, como se desvia a atenção em nosso redor? Estou aqui, abram as minhas páginas, conheçam a história da minha vida, que entre estórias descritas, me completam como pessoa. Quem se atreve a ler algo sem título ou prefácio. Apenas capa dura que resiste ao tempo.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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