Uvas dissecadas

10:24

Nem se chegou ainda ao último dia do ano, já anda tudo louco a tentar perceber onde vão festejar a entrada do ano novo. Planeiam com tempo, escolhem festas, vão para casa de uns e de outros com garrafas de álcool atrás, vão uns dias para fora... Tudo por um ano melhor.
Eu, particularmente, estou-me marimbando para a festa e passagem de ano. Não nutro superstições de ter que comer 12 passas, pata direita no chão, cuecas azuis, estar de cabeça para baixo enquanto achocalhamos as chaves para a Lua, atirar pétalas brancas ao rio, fazer figas, ter uma ferradura ao pescoço e sei lá mais o quê. Nunca segui essas tontices e não é agora que vou começar a fazer.
5, 4, 3, 2, 1 weeeeee. Feliz Ano Novo! Porreiro. Estou exactamente na mesma que há um minuto atrás, mas calma, era 2008 agora já é 2009. Tem que acontecer alguma coisa. Olho para mim, confirma-se. Continuo loira, duas pernas, dois braços, tronco e cabeça. À minha volta estão todos iguais apenas com uma expressão mais parva do que há um minuto atrás enquanto estávamos em 2008. É por isso que não percebo o alarido do ano novo. Nada acontece naquele primeiro minuto. É ao longo do ano que tudo se passa. É durante dias, semanas e meses que enfrentamos novos desafios. Não no primeiro minuto.
Daí que eu implique com as pessoas que perdem tempo e fazem um drama por não saber o que fazer na passagem de ano. É apenas simbólico. O que devíamos mesmo celebrar, sem medo algum e a toda a hora é a vida. E essa, segundo consta, fica muito mais azarada por não ingerir 12 uvas dissecadas que contêm poderes. A única vantagem nisto é que, quando realmente acreditamos nalguma coisa, acaba por nos acontecer. E eu, vou acreditar que não comer passas é que me dá imensa sorte.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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