Não me consigo concentrar. Cada vez que me esforço, sinto de novo a quilha a bater-me na cabeça. Acordo, levanto-me. Estou embriagada de sal. E esta cacetada seca, caramba, que abre olhos. De novo a vida a mostrar-me que dormir demasiadas horas dá direito a distração absoluta. Mas sabe tão bem sonhar, perder a consciência, tombar para o lado. Mesmo que doa.
Que se lixe o cair da cama, rolar na espuma do mar, comer areia ou inspirar água salgada. Que sejam louvadas as horas de ronha, enrolados em infinitos lençóis ondulares do hotel rasco que marcámos. Quero lá saber se o sol aquece lá fora, enquanto me enrosco nos teus braços. Bronzeados e salgados. Não me importo com os cut backs e pseudo tubos que estou a perder. Horas a fio na água, dedos encarquilhados. Por mais que goste, não me consigo concentrar. És o leash da minha prancha. O wax que me prende os pés. O deslizar na água que me faz apaixonar. És exatamente o que preciso. Esta concentração desconcertante do coração. Sempre tão certeiro, sempre tão desconcentrado.
Quero lá saber, vou remar.
Que se lixe o cair da cama, rolar na espuma do mar, comer areia ou inspirar água salgada. Que sejam louvadas as horas de ronha, enrolados em infinitos lençóis ondulares do hotel rasco que marcámos. Quero lá saber se o sol aquece lá fora, enquanto me enrosco nos teus braços. Bronzeados e salgados. Não me importo com os cut backs e pseudo tubos que estou a perder. Horas a fio na água, dedos encarquilhados. Por mais que goste, não me consigo concentrar. És o leash da minha prancha. O wax que me prende os pés. O deslizar na água que me faz apaixonar. És exatamente o que preciso. Esta concentração desconcertante do coração. Sempre tão certeiro, sempre tão desconcentrado.
Quero lá saber, vou remar.