as castiças de beringel

13:09

Fernando Piçarra Fotografia

A imagem caiu-me na caixa de correio electrónico. Por impulso imediato, soltei uma gargalhada. 

As castiças de beringel.


São duas. Irmãs ou catatuas.
Pouco importa a penumbra do dia cinzento ou as políticas apartidárias. Aprumam-se pela manhã, de vestes cor de rosa, na ânsia de raiar juntamente com o dia. Seguem felizes estrada fora, na terra de Beringel, à esquerda do rio Galego. Levam uma mão cheia para dar e uma aberta para vencer.
O cheiro a terra molhada contrasta com a secura da população, em queda consistente com a sua toponímia. Beringela de Beringel. Pesa a história abundante que ali reina de pura religiosidade, desenhando as ruas nos tons de ruína.
Caminhavam nessa manhã de terra aberta, a receber os estrangeiros da cidade. Impondo a farda, desafiaram a ousadia de quem as atravessava, ensinando os costumes da cooperativa agrícola e olaria.
Eram duas, irmãs ou catatuas. Lado a lado, enfrentando o fado.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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