a rua do livro
19:00«a única regra que existe, é que não há regras».Pode correr o risco de ver a sua biblioteca municipal de estrada desvanecer em pouco tempo mas a surpresa tem sido boa. A cada dia que passa, o número de livros cresce.
«Parece-me que os livros falam comigo. É por isso que se multiplicam assim. Os livros dizem-me que querem ser lidos... Querem ser trespassados.»Esboça um sorriso vincado, feliz. Para honrar a morte dos seus pais, colhe os frutos deixados por herança: o hábito da leitura. Um convite de porta aberta, em plena rua coloca os livros, mais de cem, tirados do sótão, à espera de quem os leve, emprestados. A conta gotas vão saindo da estante improvisada e regressam mais tarde, com outras leituras a acompanhar. Hoje perdeu a conta. Não consegue precisar o número total que se espelham à sua porta e que irrompem por esta adentro. Cada espaço vazio ganha vida com palavras, capas e folhas empoeiradas.
«Um livro deve ser usado e reutilizado. Tem vida própria, tem uma mensagem».Além da sua porta, a ideia já se replica por outras paragens. Pela pobreza estarrecida nas Filipinas, as prioridades monetárias dos pais não se voltam para filhos letrados. Por isso, Gunlao pedala na sua apelidada 'book bike' e leva as páginas às crianças esquecidas. Acrescenta ainda na cesta os livros que entrega a novos portadores da ideia.
Acabam por ser doze anos de história e muitos livros para a contar.
Cortesia: BBC |
Fonte: BBC News