Cortesia Público

Era uma vez uma menina que sonhava, um dia, ser princesa. Mais que princesa, encontrar o bendito príncipe e casar-se, de verdade, com ele. O casamento seria ao mais alto gabarito, cheio de senhoras bem postas e de chapéus ao alto, como lagostas empilhadas ou tacos de pólo lá enfiados.
Ela sonha de tal forma com esse dia que vai mesmo a acontecer.
Amanhã.
Mas isso todos já sabemos. O que não sabemos é o tempo que vai durar. Por exemplo, a Diana morreu.

de criatividade.

Se passar por aqui, apanho-a, aviso já!

Trabalhar equivale a um casamento. É extenuante, represália do espírito. Não ter tempo, apenas dedicação a alheios. Trabalhar reproduz caras frustradas e ambição profissional. Pesos e contrapesos constantes, seria capaz de ficar aqui a esgrimir uma lista interminável de vantagens e desvantagens. É bom para o intelecto, sentimo-nos úteis. Raras as pessoas que conheço que são felizes a fazerem o que fazem. Bato três palmas a quem souber ser. Até lá, tenho um metro repleto de estranhos no seu próprio destino. 

« Eu acho possível e desejável um entendimento entre PS, PSD e outros partidos que se disponham a cooperar para definir áreas que possam servir de referência para resolver os problemas do país.»


Sócrates, sabes tanto! 

Porque é que todos pedem sempre um cafezinho e não um café?

Há pessoas infelizes porque foram adolescentes. Há pessoas miseravelmente tristes por terem sido adolescentes. E há ainda pessoas que não deixam nem de ser infelizes, tristes, logo adolescentes. Eu, para minha graça, escapei a essa fase da vida. Desde os doze anos que sou adulta. Mal pisei os primeiros riscos de me tornar numa dessas personagens infelizes, cabum, saltei tipo para o mundo adulto com carta de condução e a licenciar-me num curso qualquer. É triste ser adolescente. Borbulhas, hormonas aos saltos, a fingirem-se grandes de cigarros e cerveja na mão, a falar da vida com o maior conhecimento de causa. É mesmo triste. Acho que batem no fundo do poço, durante esse período de infelicidade, quando se apaixonam. Como se não houvesse amanhã. Ridículo. A maioria desses espécimes, que para as minhas náuseas não entram em vias de extinção,  conseguem coabitar com um sentimento de amor que arde sem se ver dentro deles, sem nunca o confessar.
Conclusão, quase dez anos depois oiço barbaridades do género «era apaixonado por ti». Francamente, que isso interessa? Se eras, já não és. Se na altura não me despertaste a atenção, não é agora que já sou pre-idosa que me vais cativar. Continua um adolescente infeliz. Que se há-de fazer. Eu que me aguente.

E qual o propósito de me abordar com uma conversa dessas?

Adolescentes.

Infelizes.

Tristes.

Adolescentes.

«O Sócrates é o melhor sogro de sempre. Deixou tudo à nora!»

Estou francamente desiludida com a falta de ambição do Benfica.

Eu apostava na minha escrita. Na liberdade da minha escrita e até a considerava bendita. Não sei o que aconteceu, mas o dom da palavra morreu. Pede um novo começo, pede um progresso num sentido inverso. Escolhi o que nunca me determinou até este dia, em que a minha palavra faltou.

(Que raio de nome para uma banda. Também não interessa, vou ali iniciar a minha performance em dança da chuva, a ver se o meu espírito indígena consegue espantar nuvens. Já agora, sou a Pena-Branca-à-Chuva-é-capaz-de-Molhar).


Chove chuva, chuva chove 
Cai do céu pro chão 
Corre e vem lavar o meu rosto 
Eu sei de tudo o que acontece entre a gente 
Nem imagino tentar te esquecer 
Não vejo a hora de te ver novamente 
E ficar com você

Informa-se a todos os colaboradores que neste escritório sai-se às 15h00 na quinta-feira. E escusam de voltar antes de terça-feira.

Atenciosamente,

a vossa Administração.

Um dois, já está.

Não fosse eu absurda por novidades frescas fresquinhas, que os Vaccines ter-me-iam passado completamente ao lado. Imbuído daquele saudosista espírito londrino, pop com guitarras em amena algazarra que vive com os constantes dilemas de uma juventude perdida, irra, que acordam a crença de que afinal ninguém anda a dormir na esfera musical inglesa.
«Post break-up sex» assenta tão bem nos descampados do Super Bock como num coração descomprometido num fim de tarde de Verão. Aceleremos para celebrar esta boa fase... Eu rendo-me. E respondendo à querela  «what did you expect from The Vaccines», caríssimos, tenho a dizer rien de rien a não ser essas boas vibrações roqueiras que andavam em falta.

- Repararam naquele rapaz ali de fato, todo bem arranjado e depois uma tem tatuagem enorme e colorida no pescoço?
- Ah, isso hoje é normal.
- Pois deve ter sido uma fase rebelde dele...
(Bom motivo para lançar brasa à sardinha e dizer, ah e tal quer ver a minha?!)

Então não é que há uma semana estive a ver Jeniffer Viturino a desfilar no Chiado? Pobre moça.
Agora é noticiada como «o mistério do 15º andar».

então e novidades?

Sim, estou bem. Estou viva.
Estar no mercado de trabalho é castiço. E sério. Demasiado sério. E eu não sou nada séria. Nadinha... nicles, picles de séria.

Continuo a ser do Benfica com aquela chama imensa.

Então não é que tinha o convite para a festa de hoje à noite no Mercado da Ribeira, da Produções Fictícias, e apaguei o e-mail no super duper Berry White?
Onde não vou estar hoje? Na noite.
E acho mal.
Em tempos de crise há que recorrer a festas de bar aberto.
Bar aberto.
snif