Na ponta dos sentidos

23:20

Não me lembro da última vez que proferi palavras com sentido. Sentido vindo da raiz das emoções. Tento recordar mas só tenho esta imagem estática na minha mente, eu sentada num banco de um jardim. Tudo muda, excepto a minha figurinha raquítica ali sentada. Estou igual a tantos outros tempos. Estou igual ao tempo que passa, mas muito diferente de mim própria.
O sentido das palavras desvancece-se entre poeiras. Proferir palavras com sentido? Não dá. Desmaiam na ponta da caneta, em inúmeras folhas soltas.
Tento encontrar respostas óbvias, daquelas que te esclarecem à primeira vista. Como o verde é mistura de azul e amarelo. Tento justificar a ausência de sentido. Mas como se consegue encontrar o sentido das coisas quando estamos sentadas no tempo, dependuradas pela má fortuna, sem balanço para novos corrupios? Quero agir. Comovo-me com o que muda. Não ajo. Derramo uma lágrima sobre o eixo do bom senso e embrulho-me no lavar de alma.
Amanhã é um novo dia. Vou mergulhar nas profundezas e deixar-me zarpar pelo mar das emoções. Por vezes, é necessário conhecer a escuridão para se ver a luz.
Ying e Yang.

Sushi do Dia

A nossa visão só se torna clara quando conseguimos olhar para dentro de nós. Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.
Carl Jung

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