alguém por aí?
Gostava muito de voltar a escrever sobre o bel-prazer que foi ver Justin Vernon subir ao palco do Coliseu, mas o histerismo infantil do público com declarações de amor artificiais estragaram o intimismo desenhado pela música e cenário criado pela dança de luzes.
Tenho pena que sobressaia mais depressa este comportamento palrador dos típicos festivaleiros, uma imaturidade que manchou a excelência de um grande concerto.
Tenho pena que sobressaia mais depressa este comportamento palrador dos típicos festivaleiros, uma imaturidade que manchou a excelência de um grande concerto.
Quatro ou seis sentados a mesa, pedimos Aperolspritz e enveredamos pelas conversas banais. É o começo de uma noite quente e tranquila, com cheiro a estrume a erguer-se da terra. Do meu parecer, é sinal de que a chuva não tarda a vir. Um italiano, quatro portugueses, dois italianos, um francês, afinal até somos mais do que dissera e todos falamos inglês. Rimos pelos mergulhos no Reno, pela corrente fresca que nos levou a flutuar pela margem, a hora do grill a gás comunitário em que é só trazer a Bradwurst, que o tempero vem com a vontade de comer.
O céu negro, denso, vigoroso impõe-se na noite miúda. Os relâmpagos criam obras de arte pop-up, frenéticas e alucinadas. Aos poucos, o barulho inevitável surge - não do trovão - antes das pedras de gelo em pleno verão.
Corro, tenho a relíquia da minha prima, uma bicicleta que até já sobreviveu à Segunda Guerra Mundial, presa à luz urbana. Assim que a alcanço, fico entre o granizo e um telhado de madeira. Batem-me nas pernas furiosas. Que mal lhes fiz? A bebida ficou em cima da mesa, ali no bar. Do lado de dentro, as nações unidas conversam em amena cavaqueira, nem as frentes frias do tempo impedem um pouco de snobismo francês.
O céu negro, denso, vigoroso impõe-se na noite miúda. Os relâmpagos criam obras de arte pop-up, frenéticas e alucinadas. Aos poucos, o barulho inevitável surge - não do trovão - antes das pedras de gelo em pleno verão.
Corro, tenho a relíquia da minha prima, uma bicicleta que até já sobreviveu à Segunda Guerra Mundial, presa à luz urbana. Assim que a alcanço, fico entre o granizo e um telhado de madeira. Batem-me nas pernas furiosas. Que mal lhes fiz? A bebida ficou em cima da mesa, ali no bar. Do lado de dentro, as nações unidas conversam em amena cavaqueira, nem as frentes frias do tempo impedem um pouco de snobismo francês.
tEstou faceinada com a quantidade de coisas que se podem comprar e conhecer pelo facebook.
As bicicletas em fileira, impõem-se a entrada dos edifícios. Não lhes conto mais do que quatro andares. O cheiro da relva cortada faz-me viajar na minha infância, mais para os lados campónios de Zurique, em Bischofzell. As vacas na sua calmaria vagueiam pelos prados verdejantes, penso sempre estar diante de uma pintura, nada pode ser tão verde. Continuo a odiar os corvos, por culpa de Hitchcock talvez, ou por pura embirração. Lembro-me agora da moda da bicicleta em Lisboa. Como sempre, pequenos e atrasados.
Tenho tempo para pensar, às tantas nem me apetece muito, o calor seco abafa as células, coitadas atrofiam, até percebo os alentejanos. Sinto falta do mar. Se pudesse redesenhar a terra colocaria os verdes suíços colados aos azuis do mar. Penso na existência de cada um e na ausência de todos. Os estranhos dizem-me olá; os estranhos dizem-me olá! Como folhas secas que tombam das árvores no final do tempo, assim se renovam votos de frescas amizades. E os verdes também.